Luís Felipe seguiu na prova mesmo após lesão no pulso. (foto: Fabiano Godoy)
Com noventa por cento dos competidores penalizados e um brasileiro machucado, começou hoje o Six Days, a Copa do Mundo de enduro, na República Tcheca. O alto nível técnico das trilhas e o excelente preparo físico dos times europeus também marcaram a primeira etapa, quando o time nacional se classificou na 13ª posição no geral.
Todos os pilotos brasileiros completaram a prova, inclusive Luís Felipe Bastos, que está com lesão em um dos pulsos e acabou tomando um tombo por ter um parafuso do freio dianteiro da moto solto. “Foi difícil, mas consegui chegar ao fim. A trilha exigiu demais e o frio fez a dor piorar. Mas o importante é completar a prova para a seleção chegar bem classificada ao final dos seis dias”, disse. O piloto poderá ser o descarte da equipe.
O novato Pélmio Simões, ao contrário que muitos esperavam, teve um bom dia mesmo caindo duas vezes, ambas sem se machucar. “O nível das trilhas é muito forte e bem diferente do Brasil. Andei sem arriscar, para completar o dia. Amanhã vai ser mais fácil, o percurso é o mesmo e consegui decorar boa parte”, explica.
A notícia ruim é que os brasileiros, como 90% dos competidores, foram penalizados. “O problema é o tempo de deslocamento, está muito apertado. É difícil não ser penalizado. Hoje a noite, depois da reunião do júri, é provável que isto mude”, comenta Márcio Joanita.
Os melhores – Nas florestas da região, os finlandeses Mika Ahola e Juha Salminen defenderam a bandeira de seu país contra o italiano Ivan Boano, a lenda australiana Stefan Merriman e o sueco Richard Larsson. “Eles andaram muito. Com certeza são os melhores times do Six Days. O que os favorece é o preparo físico e o costume com o clima e o tipo de terreno”, comentou Alexandre Fernandez, também piloto da seleção brasileira.
Muito diferente dos anos anteriores, o Six Days da República Checa tem 70% do seu percurso percorrido por asfalto. Os deslocamentos são grandes e por dentro de cidades, passando pelo quintal de casas abandonadas e pequenas vilas.
Neste primeiro dia, as provas especiais foram muito boas, abusando do nível técnico dos pilotos. “A trilha tem muita cava. É difícil encaixar as duas rodas da moto no mesmo trilho. A maioria dos pilotos de ponta anda a maior parte do tempo com a roda dianteira no ar, isto facilita a tocada neste tipo de terreno”, diz Alexandre.
Para Dyonízio Malheiro, organizador do Six Days Brasil 2003, “o Brasil está andando em todas as categorias entre a metade dos concorrentes, o melhor brasileiro é o Bernardo Magalhães, mais experiente e determinado ao ataque. Logo depois, Felipe Zanol, o mais regular de todos. Luís Felipe, mesmo machucado, andou fazendo classificações bem próximas às de Bernardo. Joanita é o destaque das categorias. Foi o melhor brasileiro classificado. Apesar de não ter sido mais agressivo, amadureceu e está fazendo um bom trabalho. O Taxinha está andando no meio da categoria 125cc, que está sendo a mais disputada do Six Days 2002. Pélvio Simões assimilou o primeiro dia de prova e conseguiu o objetivo do grupo, completar a prova”.
Previsão – “A estratégia da equipe brasileira, chefiada por Persival Resende e pelos mecânicos José ‘Avê’ Koizume e Paulo Coelho está dando certo, principalmente porque estamos tendo o suporte e uma escola do time italiano. Como previsto a Itália, Suécia, Finlândia, França, Austrália e Espanha, na categoria Troféu, vão brigar ferozmente contra os poloneses, alemães e checos, que estão no quintal de casa. A grande surpresa é a boa participação do time mexicano, que está entre os dez melhores times da geral.”
Este texto foi escrito por: Webventure
Last modified: setembro 24, 2002