Remando forte a Aquática foi campeã (foto: Renato Cukier)
No masculino, poucas supresas com o domínio da Canoar Master. Mas entre a mulherada, a opinião é unânime: o Paulista de rafting marcou o crescimento da modalidade e do nível das equipes. Houve quem deixasse o filho em casa e até encarasse uma descida pela primeira vez na vida naquele dia, só pelo prazer de competir.
A final mais emocionante do último fim de semana em Juquitiba, teve a Canoar Aquática e a Canoar Irazul como protagonistas. Remando nos 40km da prova de descenso, os dois times com seis mulheres cada tentavam desesperadamente faturar o primeiro lugar e, logo, o título. “Pensei que iria morrer”, confessa Patrícia Guidugli, da Aquática. Por menos de três segundos, sua equipe venceu. “Com certeza, a vitória teve um sabor especial, já que a Irazul nunca havia perdido para nenhuma outra equipe.”
Tricampeã brasileira, a Irazul Tecfire pecou pela falta de treinos e a troca de integrantes na equipe pouco antes da competição. “Algumas pessoas tinham compromissos e não puderam comparecer”, explica Roberta Borsari. “A Gisele saiu e a Lara entrou em seu lugar. Mas já não vamos poder mantê-la porque ela está de mudança para Portugal. A Alessandra, que rema na frente comigo, foi outro desfalque. Por causa disto tivemos de mudar a posição de todo mundo no bote.” Resultado: a Irazul não foi bem no sprint, prova que exige o máximo de sincronia. “Mas demos show no slalom e a decisão foi no descenso. Como havia remanso, era muito difícil alcançar quem estava na frente. Nós tentamos…”
Só um susto – De tanto remar, Roberta acabou tendo câimbras na virilha e na perna, vivendo o momento mais dramático do evento. “Quando acabou a prova eu estava com tanta dor que me joguei na água, acho que pensando em relaxar. Mas a água estava muito gelada e imediatamente minhas pernas travaram. Minha sorte foi estar com o colete salva-vidas”, conta. “Fui socorrida pelos bombeiros, que também estavam competindo, e depois tive pronto atendimento médico. Foi só um susto.”
A Aquática, apesar de campeã, também teve seus problemas. “A equipe foi montada pouco antes do Brasileiro (julho passado), mas nossa instrutora, a Soraia, teve hepatite e parou de remar. Nossa sorte foi a Carol ter chamado a responsabilidade para si e dado um show”, lembra Patrícia. Mãe de José Pedro, de 1 ano, filho também de José Roberto Pupo, diretor da Canoar, Patrícia deixou de pôr o bebê para dormir e de brincar com ele para treinar muito, visando o Paulista. “Este foi o nosso segredo: preparação. Mas assumo que podíamos estar ainda melhores. Agora, buscamos o Brasileiro.”
Supresa foi a terceira colocação da Mata’dentro, que estreiou em competições e já acirra a briga com as equipes da Canoar. “Teve uma integrante que nunca havia descido antes”, conta a líder Sayuri Hamada. Segundo ela, a corajosa Juliana fez bonito “e ainda ficou na frente na prova de slalom”. A própria Sayuri rema há apenas 8 meses. “Agora já ultrapassamos o objetivo inicial, que era ganhar experiência. Daqui pra frente, estaremos na disputa.”
Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira