Comboio se dirigindo a Praia do Leste. (foto: Paulo Valente / Transparaná)
A dupla de Niterói (RJ) Magno Aragão / Paulo Renato conseguiu na última sexta-feira (24/01) o título do Transparaná 2003, o maior raid das Américas. Apesar de capotarem no início da penúltima etapa, ainda na sexta, Magno e Paulo Renato na verdade se sagraram tricampeões do evento.
“Quando capotamos no trecho da manhã, achei que não seria desta vez”, disse o navegador Paulo Renato. O carro virou quando a dupla tentou desviar de uma tora de madeira que rolou para o meio da trilha. Magno Aragão sofreu uma luxação e terminou a prova com o braço esquerdo na tipóia.
A ajuda da equipe foi determinante para que a dupla chegasse ao fim do raid. “No final de cada dia nosso carro era todo revisado pelos mecânicos da nossa equipe e no dia seguinte ele estava lavado e pronto para trilha novamente”, comenta Magno Aragão. “Tudo isso foi fundamental para a conquista do tricampeonato”, completa.
Em segundo lugar na Master ficou a dupla paranaense de Guarapuava Roque Veviurka / Alberto Minski Jr., com apenas 20 pontos de diferença para a líder.
Na categoria Jeep a disputa foi ainda mais acirrada: a dupla Luiz Fontana / Joel Kravtchenko venceu por 2 pontos os catarinenses Rafael Dal Bello / Enedir da Silva Jr., de Chapecó. Luiz Fontana fez uma pilotagem “heróica” com uma só mão depois de queimar-se com a água quente do radiador do seu Jeep. “O radiador parecia frio, mas era porque a correia tinha arrebentado. Quando eu abri a tampa, a água fervendo do bloco do motor jorrou direto na minha mão”, descreveu o campeão.
O primeiro lugar na Sênior ficou com Luciano Azzi / Luciano Sá. “Estamos exaustos, mas muito contentes. Foi uma experiência e tanto!”, comentaram.
Avaliação – “O primeiro Transparaná foi a aventura de cruzar o estado por estradas de terra e trilhas. Hoje o Transparaná é uma competição. Se considerarmos que alguns carros que competem na categoria Master custam de R$ 60 a R$ 80 mil e toda estrutura e investimento que está por trás de algumas equipes, a criação da categoria Jeep foi muito importante e até permite vivenciar um pouco do espírito de aventura. Com R$ 8 mil a R$ 10 mil é possível comprar um Jeep Willys ou Ford”, avalia Luiz Felipe Campelo, idealizador do 1º Transparaná e que foi diretor de prova desta 9ª edição.
A sexta-feira (24/01), último dia da nona edição do Transparaná, foi marcada mais uma vez pela chuva, que culminou com o cancelamento da etapa final e os veículos seguindo em comboio para Praia do Leste (PR).
O maior desafio do dia, no entanto, foi acidental. Um veículo da categoria Master bateu em uma pilha de toras de madeira que estavam ao lado da trilha e uma das toras medindo 1,5 m de comprimento por 0,8 m de diâmetro acabou rolando e obstruindo parcialmente a passagem.
A única forma de conseguir passar era com o veículo inclinado, com duas rodas apoiadas sobre o barranco lateral. O local, que não tinha nenhuma dificuldade anteriormente, passou a exigir cautela. Com isso, alguns pilotos desavisados que vinham em maior velocidade acabaram subindo rápido demais pelo barranco e capotaram. “Fomos pegos de surpresa e viramos. São imprevistos que acontecem. Acabamos demorando para desvirar o carro e talvez o tricampeonato tenha nos escapado este ano”, lamentou o navegador Paulo Renato, logo após o incidente. A vitória na Master, apesar disso, foi dele e do piloto Magno Aragão.
Uma dupla da categoria Sênior que também capotou no local, desvirou o veículo mas ficou com o mesmo atravessado, trancando a passagem. Com isso o trecho foi cancelado pela direção de prova.
Deslizamentos – Na parte da tarde, o raid deveria seguir por um percurso conhecido como “Trilha da Botuca”, com grande dificuldade, mas alguns deslizamentos de terra acabaram tornando o caminho perigoso e, por motivos de segurança, a organização decidiu cancelar mais este trecho.
Todos os veículos, incluindo os de apoio, seguiram em comboio para o Santa Mônica Clube de Praia, local da festa de premiação.
Categoria Master
1) Antonio Magno Aragão / Paulo Renato Ribeiro (Pajero/Niterói-RJ)
2) Roque Veviurka / Alberto Minski Jr. (Pajero/Guarapuava-PR)
3) Ricardo Vivolo / Marcelo Vivolo (Pajero/Campinas-SP)
4) Geovani Sergio Gasparoto / Luis Carlos Valdir (Pajero/Goioerê-PR)
5) Marcos Levy / Fábio Bernardi (Vitara/Niterói-RJ)
Sênior
1) Luciano Calaça Azzi / Luciano Souza de Sá (Vitara/Florianópolis-SC)
2) Carlos Ferreira da Costa / Weidner Moreira (Troller/Juiz de Fora-MG)
3) Severino Gauzinski / Mateus Froehner (Land Rover/São Bento do Sul-SC)
4) Claudemir Hubner / Ana Letícia Camati Hubner (Samurai/Caçador-SC)
5) Gilberto Zanin de Souza / Tiago Abido Mariani (Toyota/Passo Fundo-RS)
Jeep
1) Luiz Fontana / Joel Kravtchenko (Curitiba-PR)
2) Rafael Dal Bello / Enedir da Silva Jr (Chapecó-SC)
3) Luiz Carlos Poli / Luiz Afonso T. Poli (Curitiba-PR)
4) Theo A. Silva Guardiano / Eduilsom Rozario (Joinville-SC)
5) Antonio Nardi / Silvio Nardi (Passo Fundo-RS)
Adventure
1) Glaucio Vanderlinde / Erlon Enaldo Graboviski (Land Rover/Rio Negro (SC)
2) Roberto Leis / Ronald Rezende Leis (Niterói-RJ)
3) Cesar Augusto Spina / Antonio Carlos Ribeiro (Troller/São Paulo-SP)
4) Júlio Cesar Spina Ribeiro / Renato Nuno de Olival Pires (Troller/São Paulo-SP)
5) Marco Aurélio Rodrigues / Emília Pereira (Land Rover/Quatro Barras-PR)
Este texto foi escrito por: Webventure
Last modified: janeiro 27, 2003