O Raid Gauloises 2003, maior corrida de aventura do mundo, chegou nesta sexta-feira (13/06) ao seu quarto dia, no Quirguistão (Ásia). A maior novidade até aqui é mais uma troca de líderes: quem assumiu a ponta foi a Montrail (EUA), desbancando a sueca Human Link, que caiu para o segundo lugar. Em terceiro permanecem os franceses da Ertips X-Adventure. Até as 14h30 de hoje (23h30 no local), os norte-americanos já haviam passado pelo posto de controle (PC) 23, de um total de 34 que a prova possui. Human Link e Ertips vinham logo atrás. Mais da metade dos 950 km de percurso já foi cumprida pelos líderes.
Fim do terceiro dia – Os times dos EUA e da Suécia vinham colados e até realizando um trabalho de parceria desde o fim do segundo dia. Eles chegaram juntos ao PC 17, na noite do terceiro dia, depois de um exaustivo trecho de 190 km de mountain bike iniciado no PC 12. No caminho, ventos frios, chuva e baixas temperaturas. Para repor as energias, as duas equipes descansaram por quatro horas no posto antes de encarar o trekking até o PC 20, intercalado por um trecho de técnicas verticais (PC 19). Hoje ficamos na nossa e estou surpresa que tenhamos alcançado o VSD-Eider nesta manhã, disse a capitã da Montrail, Rebecca Rush.
Líder no segundo dia de prova, o VSD-Eider (FRA) teve queda no rendimento e chegou ao PC 17 com 23 minutos de desvantagem para a Montrail e a Human Link. Logo depois chegou a Ertips. Os quatro times encararam o trekking durante à noite abrindo considerável distância em relação aos demais. Por outro lado, caminhar no escuro requereu o dobro da atenção com a navegação, que decidiria quem iria encarar primeiro o trecho de técnicas verticais.
Graças a uma transição impecável, a Montrail deixou o PC 17 com uma leve distância em relação à Human Link, assumindo a liderança da corrida. Os suecos tiveram problemas com o bastão de trekking. Para a VSD foi pior: aparentemente um dos pares de botas de montanhismo da equipe desapareceu da bagagem transportada pela organização. Depois de vasculhar as bolsas e não encontrar os calçados, o atleta Sylvain Mougin tomou emprestadas as botas de número 42 de um integrante da organização, mais pesadas do que as que sumiram.
Ao chegar ao PC 18, Neil Jones, capitão da Seagate (NZL) – time que segue no encalço dos líderes -, afirmou que sua equipe sofreu com a altitude no início do trekking. Os neo-zelandeses já haviam tido azar no dia anterior: ao parar para comer numa casa de um vilarejo, durante o trecho de mountain bike, tiveram uma das bicicletas roubadas. Os vizinhos procuraram pelos suspeitos e nada. Nathan e Jeff saíram pedalando e encontraram os ladrões. Isso nos fez perder meia hora, contou Jones ao site oficial do Raid Gauloises.
A Saab Salomon (GBR), que chegou ao PC 18 logo depois da Seagate, também teve problemas. Eles calcularam mal o suprimento de água. Durante seis horas e meia tiveram de passar com uma garrafa cada um e não havia nem um riacho pelo caminho.
Montanha acima – O trekking se desenvolveu montanha acima. Do PC 18 para se chegar ao 19, a 3.600 de altitude, foi preciso encarar uma escalada de 1.400m. Na manhã deste quarto dia de corrida, durante o trekking, Sylvain Mougin, da VSD-Eider, o mesmo que perdeu as botas, precisou de assistência médica: estava desidratado. Sofrendo do estômago desde o dia anterior, ele luta para continuar na prova.
O trecho de técnicas verticais no PC 19 consistiu em um rapel de 100m num cânion estreito, o mesmo que já tinha sido cruzado anteriormente numa desafiadora ponte de cordas. A Montrail chegou primeiro e a pequena vantagem que tinha aberto ao sair do PC 17 aumentou para 50 minutos em relação à Human Link. Do PC 20, os norte-americanos partiram para a cavalgada que os levará até o PC 26, ao longo do lago cristalino Song kul. Depois da cavalgada, os atletas vão pedalar outra vez até o PC 28, onde há novo desafio de técnicas verticais.
Este texto foi escrito por: Webventure