Manu foi a única mulher a completar a prova (foto: Alejandra Melideo)
A atleta da equipe Merida de mountain bike, Manuela Vilaseca, completou nos últimos dias mais um grande desafio de sua carreira na corrida de aventura. Ela foi a única mulher a finalizar o Tierra Viva, disputa de 550 quilômetros em carater expedicionário, na Patagônia, sendo a capitã da equipe argentina Team Cristaguá, que contou ainda com os atletas Daniel Pincu, Gustavo Muñoz e Nicolás Alfageme.
A carioca, que correu em um quarteto, terminou a corrida em 1º lugar na categoria mista e 4º lugar na classificação geral. As três equipes que chegaram na nossa frente eram duplas de homens. Além de serem menos pessoas, o que é muito mais fácil de administrar, por exemplo, a chance de um pneu furado é dobrada quando se corre em quarteto, também não tem mulher na equipe. Nenhum quarteto masculino chegou na nossa frente. Das 50 equipes que largaram só as quatro primeiras fizeram os 550 quilômetros de prova completos porque a condição do tempo virou e a organização foi obrigada a neutralizar a prova. Foi um enorme feito para mim. Eu fui a única mulher a completar a prova!, comemorou.
A Tierra Viva foi neutralizada graças a um temporal que aconteceu na região, o que impediu o término da prova para todas as outras equipes. Ao sairmos do pódio veio o primeiro sopro. Esse sopro foi seguido de outro, e em pouco tempo um vendaval. O lago Lacar estava em fúria e uma tempestade estava prestes a desabar. Depois de nossa chegada nenhuma equipe mais chegou. A corrida foi neutralizada e as equipes resgatadas por segurança”, relembrou Manu.
A equipe da brasileira quase alcançou o topo do pódio na classificação geral, se não fosse um erro durante uma etapa de canoagem, quando o quarteto deixou de passar em um PC e teve de retornar ao local para poder continuar na prova.
Deixamos de pegar um PC dentro do lago e só nos demos conta quando chegamos de volta ao PC camp. Trocamos de roupa, comemos, nos aquecemos e tivemos que voltar para dentro d´água para pegar o PC4 que ficou faltando. Além dos 60 quilômetros de canoagem que fizemos, tivemos que remar 26 quilômetros a mais. Isso nos jogou nas últimas posições da prova, para nosso desespero. Mas nessa hora foi importante porque não perdemos o foco, contou.
Sem correr aventura desde 2008, quando se comprometeu com um novo patrocinador para competir apenas em provas de mountain bike, Manuela cumpriu este sonho já que estabeleceu no início do seu contrato com a Merida que teria de correr a Tierra Viva, já pré-agendada. Essa prova para mim é uma prova mágica. Ter a oportunidade de estar numa região inóspita no meio de uma corrida é realmente demais. É uma beleza muito diferente da beleza daqui. Eu moro numa cidade maravilhosa e reconheço isso toda vez que saio de casa para treinar. Eu vibro com o Rio de Janeiro. Mas a Patagônia é muito diferente disso. Eu acho que nem sei explicar direito o que acontece lá. É coisa de outro mundo mesmo, finaliza.
Este texto foi escrito por: Webventure
Last modified: abril 22, 2009