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Maranhão: natureza e aventura no Norte e Nordeste do Brasil

Redação Webventure/ Destino Aventura, Offroad

Aventura off-road nos Lençóis (foto: Daniel Costa/ www.webventure.com.br)
Aventura off-road nos Lençóis (foto: Daniel Costa/ www.webventure.com.br)

Veja a galeria de fotos do Maranhão

O Maranhão agrada a qualquer tipo de aventureiro. É possível encontrar trilhas para off-road e bike, principalmente na areia e em meio a uma paisagem surreal, várias opções de trekking como a travessia dos Lençóis Maranhenses ou uma caminhada de horas até as cachoeiras da Chapada das Mesas, ou até um bóia-cross em águas calmas e cristalinas no Rio Cardosa.

O estado tem nas areias e nas águas azuis os principais atrativos para o ecoturismo. Em vilarejos como Caburé e Santo Amaro, no entorno dos Lençóis Maranhenses todos os turistas têm a opção do descanso no paraíso ou a adrenalina com esportes de aventura.

Além de areia e praia, o mangue é outro atrativo natural do estado, que também tem florestas densas, chapadas, cachoeiras e muita história. Enfim, o Maranhão é um divisor de águas no norte do Brasil, separa as regiões Norte e Nordeste e sofre influência das duas em todos os aspectos.

Mais ainda, parece que o povo maranhense escolheu o que de melhor existe nas duas regiões e recriou do seu jeito. Com tantas influências, a cultura local consegue ser única, com um peso histórico enorme, digno de fábula.

Para vários municípios do estado, o turismo é a principal fonte de renda, principalmente nos extremos norte e sul do estado, onde se encontram os dois principais pólos de ecoturismo. Ao norte o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses e ao sul o mais novo Parque do Brasil, o da Chapada das Mesas.

São Luís – Mas o melhor jeito de começar a viagem é na capital São Luís. Mesmo parte do Nordeste e com o segundo maior litoral do país, as praias não são o maior atrativo do Maranhão. Na capital, por exemplo, o charme fica por conta do centro histórico. O local ainda traz nas casas antigas restauradas ou não o peso de 450 anos de história, e atualmente foi transformado em um pólo turístico e cultural.

Em apenas duas voltas no quarteirão, saindo de um hotel feito em um casarão restaurado, é possível encontrar um espetáculo com coral infantil, bares com música ao vivo de voz e violão, restaurantes sofisticados, hippies e capoeira na rua e um show de trash metal. Detalhe, tudo isso ao mesmo tempo e com uma diversidade de público que faz quem freqüenta a Vila Madalena em São Paulo ou a Lapa no Rio de Janeiro se sentir em casa. O horário de visitação vai das 7h até as 20h.

O repórter Daniel Costa viajou a convite da Venturas e Aventuras para as cidades de de São Luís, Alcântara e Santo Amaro, no Estado do Maranhão.

Programas noturnos são outra prova da mistura Norte/Nordeste que marca o maranhão, sem deixar de lado traços que surgiram na cultura local. É possível ouvir no mesmo lugar, em uma mesma noite, o forró nordestino, o brega popular no Pará e o reggae, que trouxe a marca para o estado de Jamaica brasileira. E é mesmo na ilha caribenha que os DJs vão buscar os novos sucessos que tocarão nas Radiolas maranhenses.

A Radiola consiste em um paredão de caixas de som em geral antigas e coloridas que tocam no último volume os lançamentos do reggae jamaicano e clássicos dos compositores maranhenses. Tudo isso para embalar os casais que dançam pela pista na frente do paredão de amplificadores. Ao contrário do resto do Brasil e da própria Jamaica, reggae no Maranhão é a dois.

De dia, os melhores lugares para se visitar são os museus e casas de cultura do centro de São Luís. É lá que o visitante encontra muito da história da cidade que foi primeiro colônia francesa, depois passou a ser portuguesa e já teve até tentativa de invasão holandesa. Alguns traços desses povos até hoje aumentam a miscigenação cultural que forma o Maranhão.

Bumba – Os maranhenses comemoram o mês de São João com a festa do Bumba-meu-boi. Junho, aliás, é o melhor mês para visitar o estado. É quando acontece a festa do Boi e o pico da cheia nos Lençóis Maranhenses, principal ponto turístico do estado.

Para saber mais sobre o Bumba-meu-boi, o turista pode ir até a Casa do Maranhão, que tem guias para explicar a história e as etapas desta festa. Ela é feita por vários blocos, que disputam a melhor música e os melhores trajes.

Tudo começa com a confecção e o batismo do boi, muitas vezes feito em igrejas a festa mistura religião africana com a católica. Uma pessoa passa o dia todo levando o boi, é chamada de “Miolo”, geralmente para pagar uma promessa. O final da festa é marcado com a morte do boi, que inicia um novo ciclo, a começar no próximo ano.

O repórter Daniel Costa viajou a convite da Venturas e Aventuras para as cidades de de São Luís, Alcântara e Santo Amaro, no Estado do Maranhão.

A uma hora de barco de São Luís, Alcântara já foi uma das cidades mais ricas do país. No tempo do Império, a cidade tinha o porto brasileiro mais próximo da Europa, o que facilitava a entrada e a saída de grande parte das riquezas movimentadas no país e trouxe grande benefícios para a cidade.

Dois séculos depois, a região continua sendo um ponto estratégico. Por estar próxima da linha do Equador, é o lugar ideal para a base de lançamento espacial brasileira, cobiçada até pela NASA.

Mas dessa vez a modernidade não trouxe nenhum benefício para o local. “Ninguém nem passa aqui. Alguns moram na base, outros vão e voltam todo dia para São Luís, ninguém consome nada de Alcântara”, reclamou Heidimar Guimarães, morador da cidade.

Seu Heidimar é o retrato de Alcântara. Sua família já foi uma das mais influentes da cidade, possuía três casarões na praça principal, da igreja São Matias que está em ruínas, assim como grande parte das antigas construções da cidade. Ele diz que duas gerações atrás sua família se dispersou, foi para a Bahia e se instalou na chapada que hoje leva o nome da família Guimarães.

Dois dos casarões de seu Heidimar foram tombados e ele teve que ficar com uma casa antiga, que precisa de várias reformas. Mesmo assim recebe com a maior didática todos os visitantes da Casa da História, que um dia já foi seu lar.

Sirigueijo – Para quem não quiser se afastar muito de São Luís, Alcântara representa a primeira oportunidade de contato com a natureza maranhense. Com mangues e igarapés, a região possui uma grande diversidade de animais, como o Guará, um pássaro que nasce branco e fica avermelhado conforme cresce, por se alimentar dos caranguejos do mangue. Também é possível visitar praias desertas com quilômetros de extensão e caminhar pelas pedras.

As raízes altas do mangue deram a idéia para uma nova atividade de turismo, que está para virar esporte em Alcântara. É o Sirigueijo, que consiste em percorrer um caminho pelas raízes do mangue. O Sirigueijo mistura movimentos de montanhismo, em atividades de arvorismo, no ambiente do mangue.

Um pedido foi encaminhado ao Ibama e à Secretaria de Educação para que essa atividade se transforme em aula de conscientização ambiental nos colégios de Alcântara e São Luís. Mas a aula pode até ser de educação física, já que dez minutos de Sirigueijo equivale em queima de energia a 30 minutos de corrida.

O repórter Daniel Costa viajou a convite da Venturas e Aventuras para as cidades de de São Luís, Alcântara e Santo Amaro, no Estado do Maranhão.

Antes de ir direto para os Lençóis Maranhenses, o turista que segurar a ansiedade e conhecer o entorno no Parque não irá se arrepender. A principal cidade para o acesso aos Lençóis é Barreirinhas, com estrutura hoteleira e várias operadoras de turismo.

Barreirinhas é banhada pelo Rio Preguiças, um caminho para a oportunidade de pelo menos dois dias de belas paisagens e sossego antes de entrar no Parque Nacional.

Pegando a voadeira, uma lancha rápida de alumínio, em uma hora o turista chega em Caburé, uma vila que brota da areia branca com quatro pequenas pousadas de chalés e dois restaurantes. Lá é possível provar a culinária local, como o arroz de cuxá, com ervas e farinha de camarão seco, e a caldeirada de peixe.

A vila possui algumas casas, mas grande parte dos trabalhadores dos hotéis e restaurantes vem de Mandacaru, na outra margem do rio Preguiças. Também é possível chegar em Caburé por uma lancha catamarã, geralmente fretadas pelas agências de turismo uma vez por semana.

O Farol – Há 65 anos, uma das primeiras instalações daquele pedaço do Maranhão foi o Farol de Mandacaru. Mais da metade desse tempo o farol ficou sob os cuidados de José Lico, de 60 anos, figura conhecida em toda a extensão do rio Preguiças. “Já era para estar aposentado, mas estou me segurando aqui, porque gosto do que faço. Antes desse farol, vários navios batiam na costa”, disse.

Todo dia Zé Lico, como é chamado, liga e desliga o farol com uma visão digna de cartão postal. À frente, a foz do rio Preguiça e seu belo encontro com o mar, em uma extensa faixa de areia; de um lado, os Pequenos Lençóis, nome dado à menor porção do Parque; do outro, a pequena Mandacaru e Caburé, na outra margem do rio.

Segundo o faroleiro, esse é seu último ano no ofício, mas depois Zé Lico já está decidido o que vai fazer: “Quero virar político”.

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Os Lençóis Maranhenses impressionam até nos números. Seus dois extremos ficam nos povoados de Atins, a oeste, e Travosa, a leste. De um lado até o outro do Parque são 155 mil hectares de terra, 270 quilômetros de perímetro, 1.550 km2 de área. Na faixa mais larga, o trecho de areia se estende 40 quilômetros até encontrar com o mar.

Pela areia fofa, o melhor meio de transporte é por veículo 4×4. Antes de começar qualquer passeio, é preciso o acompanhamento de algum guia, primeiro porque ao subir e descer a primeira duna, o turista já se encontra em um verdadeiro labirinto de areia e lagoas; outra porque até para subir uma duna é preciso conhecer o lado certo e a forma certa, caso contrário os visitantes passarão o dia tirando carro do atoleiro.

A melhor época para visitar os Lençóis é em junho, quando já passou o período de chuvas e todas as lagoas estão cheias, um espetáculo de formas, cores e contraste. O fim do período de cheia muda a cada ano, dependendo do quanto choveu. Geralmente é em setembro.

O passeio básico pelos Lençóis é o roteiro entre as principais lagoas do Parque, a bordo de um 4×4 o mais popular na região é o Toyota Bandeirantes. Aventura dupla para quem apreciar off-road e o as paisagens do local.

Aventura – Mas a grande aventura nos Lençóis Maranhenses é a travessia do Parque. Em dois dias pode-se sair de Santo Amaro, em um dos extremos, e chegar até Atins. Um trekking pesado, contornando as dunas o tempo todo, com a opção de ser feito de noite, para fugir do sol castigante do nordeste.

Existem duas comunidades nos Lençóis que servem de apoio para a expedição. Dois oásis no meio do deserto. O primeiro dia termina em Queimada dos Brites, onde mora a família Brites, que sobrevive de subsistência em casas simples e recebe muito bem os visitantes. Depois, mais um dia inteiro de caminhada até Baixa Grande, outra comunidade. O segundo dia termina em Atins. Com certeza o melhor jeito de conhecer o parque, mas esse passeio ainda não faz parte de nenhum pacote turístico.

A cidade de Santo Amaro, o início do teking, merece ser visitada mesmo para quem não vai fazer a travessia. Cinco horas de carro por uma areia fofa são compensados por pousadas confortáveis a beira rio, lindas paisagens e acesso rápido às belas lagoas do Parque. De quebra, a volta ainda passa por um leve bóia-cross de uma hora no rio Cardosa, de águas cristalinas.

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O repórter Daniel Costa viajou a convite da Venturas e Aventuras para as cidades de de São Luís, Alcântara e Santo Amaro, no Estado do Maranhão.

O repórter Daniel Costa viajou a convite da Venturas e Aventuras para as cidades de de São Luís, Alcântara e Santo Amaro, no Estado do Maranhão.

Quem leva:
Venturas e Aventuras: (11) 3872-0362 (www.venturas.com.br)
Oito dias, entre março e abril R$ 1.790 o casal, mais passagem aérea.

Veja mais opções para os Lençóis Maranhenses

Onde ficar:

São Luís
No centro histórico, o hotel Portas da Amazônia oferece apartamentos em um casarão antigo restaurado e fácil acesso aos melhores pontos de lazer do local.
Tel: (98) 3222-9937 ; www.portasdaamazonia.com.br

Uma opção para a cidade nova é o São Luís Park, na praia do Calhau.
Tel: (98) 2106-0505

Barreirinhas
Pousada do Buriti, afastada do centro da cidade, é uma boa opção para descanso próximo do rio Preguiças.
Tel (98) 3349-1800

Caburé
Terraço do Preguiças
Tel: (98) 9114-2114

Santo Amaro
Solar das Gaivotas
(98) 3369-1064

Este texto foi escrito por: Daniel Costa

Last modified: fevereiro 14, 2006

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