Chave de acionamento elétrico da tração 4×4 e reduzida da picape Ranger 4×4. (foto: Ford do Brasil)
Muitos utilitários 4×4 têm o recurso das marchas reduzidas. O termo em inglês, comum em muitos modelos importados é low range. Este recurso reduz as marchas numa relação aproximada de 2:1, incluindo a ré, o que possibilita alcançar o torque máximo do motor em baixas velocidades, tornando o veículo capacitado para rebocar cargas pesadas e, o que é melhor ainda, facilitando seu controle em deslocamentos off-road radicais.
Para engatar a marcha reduzida
Observe a alavanca usada para engatar a tração 4×4. Em alguns modelos ela contém mais uma posição que lhe permite engatar as marchas reduzidas, Já em outros, você terá mais uma alavanca para esta função.
Para evitar o uso errado deste recurso, o acionamento da reduzida somente é possível após o engate da tração 4×4. O torque sobe consideravelmente e precisa ser distribuído entre os dois diferenciais, não apenas para o traseiro, que poderá ser danificado com acelerações bruscas se a reduzida for acionada para apenas um eixo; haverá risco de quebra de engrenagens e pontas de eixo.
Mesmo veículos mais antigos, como o Jeep brasileiro fabricado pela Ford até a década de oitenta, têm o acionamento da alavanca de marcha reduzida condicionado ao engate prévio da tração 4×4.
O engate da reduzida deve ser feito com o veículo parado e as rodas-livres devem ser acionadas previamente. Sistemas de acionamento elétrico, como na picape Ford Ranger 4×4 e no jipe Troller, acionam a reduzida através de uma chave elétrica. O sistema passa primeiro a tração para 4×4 e somente depois habilita o acionamento das marchas reduzidas. Não há como errar neste caso.
Para desengatar a reduzida
Para desengatar a reduzida, páre o veículo e coloque a alavanca, ou controle elétrico, em 4×4 Alta (High). Nos sistemas mecânicos é previsível que a alavanca emperre e não volte para 4×4 Alta (High). Então, movimente um pouco o veículo para frente ou para trás e tente novamente.
Quando usar
Use as marchas reduzidas sempre que rebocar cargas muito pesadas, subir ou descer grandes inclinações ou ainda atravessar terrenos com lama, áreas alagadas, rios, etc. Com esse recurso é muito mais fácil administrar o veículo durante o deslocamento em uma trilha radical.
As marchas reduzidas diminuem o uso freqüente dos freios, já que a compressão do motor mais o aumento de torque proporcionado pelas marchas reduzidas resultam em um poderoso freio-motor, capaz de segurar sozinho, sem os freios, o peso do veículo em uma descida mais radical. Também a embreagem é poupada já que você mudará de marcha com menos freqüência. O consumo de combustível aumenta ligeiramente, mas por outro lado o desgaste mecânico é muito menor, compensando plenamente o uso deste recurso.
Superaquecimento
Ao contrário do que possa parecer, o motor não sofrerá superaquecimento. O que pode de fato provocar o superaquecimento é o escalonamento errado das marchas, para isto é importante se familiarizar com o ronco do motor e caso esteja equipado com um tacômetro/contagiros fique de olho nele.
Quando perceber que pode andar mais e o motor pedir marcha, com um ronco mais forte que o normal, engate uma marcha à frente e continue. Você pode ir até a quinta reduzida, apenas saiba que não poderá extrapolar o limite de velocidade máxima imposto pelo fabricante para cada marcha. Respeitando os limites do motor e da transmissão, eles irão trabalhar folgadamente o dia todo sem prejuízo algum para você.
Este texto foi escrito por: Webventure