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Marcos Moraes quer inscrever Sertões na FIA


Da esq para dir: Cyril Despres conversa com os brasileiros Fabrício Bianchini e Marcos Moraes na largada em Ritoque. (foto: Gustavo Mansur / Webventure)

Direto de Santiago (Chile) – Após participar do Por Las Pampas Rally e conquistar a quarta posição na classificação geral, entre as motos, o diretor geral da Dunas Race e organizador do Rally dos Sertões, Marcos Ermírio de Moraes, fez uma avaliação do Mundial de rali no Chile e uma inevitável comparação com o principal rali brasileiro. “É claro que este rali aqui no Chile, apesar de ser uma etapa do Mundial, nem tem comparação com um Rally dos Sertões em tamanho e organização”, comentou Marcos.

“Eu diria que este rali aqui no Chile teve nota dez para o roteiro, nota sete para a planilha e nota seis para a organização”, disse Marcos. “O Chile é um país que tem um potencial incrível para uma prova como estas. Nós passamos por lugares sensacionais, que não deixam nada a desejar a um Dakar”, elogiou. “Eles estão começando, foi o primeiro ano em que organizaram uma prova como esta, então é normal que a organização não seja 100%”.

Experiência – “O que complica é que eles tiveram a responsabilidade de organizar um Mundial. É claro que se for pensar assim nós temos muito mais condições – e principalmente experiência – de organizar um Mundial no Brasil”, comentou.

Ainda segundo Marcos, o fato de o Rally dos Sertões nunca ter se candidatado para ser etapa de um Mundial e não estar inscrito no calendário oficial da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) foi por puro desconhecimento do procedimento a ser feito. “O Sertões já está cadastrado junto à FIM (Federação Internacional de Motociclismo). Agora que sabemos o ‘caminho das pedras’ vamos procurar a FIA e colocar o Sertões no calendário deles”, afirmou.

Durante o Por Las Pampas Rally, no Chile, Marcos aproveitou para conversar com os delegados da FIA presentes, que se demonstraram abertos a ajudar na inscrição do Sertões junto à entidade internacional.

“Eu tenho certeza que a equipe Schlesser-Renault irá ao Brasil assim que vocês tiverem por lá uma etapa valendo pontos para o Mundial”, a afirmação é do campeão do Por Las Pampas Rally nos carros e piloto do buggie Schlesser-Renault, José Maria Servia.

Após conversar com Marcos Moraes, Brice Fabry, gerente-geral da Ralliart francesa, vê outra solução para atrair pilotos de carros internacionais ao Brasil: “Marcos precisa alugar um Antonov ou outro grande avião de carga e oferecer às equipes internacionais o transporte para o Rally dos Sertões. Com isso, está resolvido o grande problema que é o custo do transporte para a América Latina, que individualmente é um preço impossível de se pagar”, esclareceu Brice.

No Chile, mesmo com uma etapa valendo valiosos pontos para o Mundial, somente Alexander Khrol e José Maria Servia trouxeram seus carros para o país, justamente devido ao alto custo do transporte da Europa para a América do Sul. “Eu acho que uma boa solução futura seria fazer duas ou até mesmo três etapas do Mundial na América do Sul”, planeja Marcos Moraes.

“Nós temos condições perfeitas, temos o Rally dos Sertões com toda a experiência que não deixa nada a desejar a qualquer etapa do Mundial, e, principalmente, temos a segurança que outras regiões do mundo não oferecem. O Brasil, o Chile e a Argentina têm hoje um potencial muito grande para atrair etapas do Mundial de rali exatamente por serem países que não oferecem riscos de terrorismo, diferente do que acontece na Ásia”, comentou o organizador dos Sertões.

Este texto foi escrito por: Gustavo Mansur*