Julio Paterlini (esq.) e Mario Roma prontos para o Cape Epic (foto: Thiago Padovanni/ www.webventure.com.br)
Atravessar a África do Sul de bike com temperaturas que podem ultrapassar os 40ºC, um percurso de 900 quilômetros com muita subida e enfrentando as maiores adversidades. É para esse cenário que Mario Roma e Julio Paterlini embarcam na próxima terça-feira (20) para uma das mais difíceis provas do mundo, o Absa Cape Epic.
A dupla aposta na resistência física e espera conseguir vantagem a partir da metade do percurso. Se usarmos a cabeça, principalmente no começo, acho que podemos recuperar várias posições do meio para o fim da prova”, adianta Paterlini. “O Mario entende isso melhor do que eu, mas tenho a resistência”, completa o ciclista.
Mario, de 44 anos, já participou uma vez do Cape, é campeão Brasileiro e Paulista de maratona (2004 e 2006), e vice em 2005, na categoria amador. Além disso, foi 5º colocado no Extra Distance 800 km (2005). Também esteve presente no Transalp 2003, disputado nos alpes italianos. Julio já disputou os Jogos Pan-americanos (1991) e estava convocado para as Olimpíadas (92) quando sofreu uma lesão no pulso. É tri-campeão do Extra Distance na categoria solo e bi-campeão das 24 horas de Fortaleza (duplas).
Nossa experiência é somada quilômetro a quilômetro, e ainda temos a diversidade do Julio ser da estrada e eu ser da terra. Essa mistura vai dar um tempero bem forte e será nossa vantagem, é a resistência aliada ao conhecimento. Do meio para a frente vamos começar a subir e muita gente deve começar a cair, prevê Mario.
Dupla – O Cape Epic é uma prova em dupla e os competidores têm que andar sempre juntos. O fato do Julio ter menos experiência técnica fará com que eu tenha mais atenção, observe e cuide dele. Isso nos dará segurança no decorrer da prova. Quando chegarmos na estrada a vantagem é do Julio. Posso ficar no vácuo dele e essa média vai nos transformar em uma equipe muito forte, avalia Mario.
Julio, aposta na paciência que o companheiro terá que ter durante a competição. O Mario será bem paciente comigo durante a prova, quando tiver que ficar me esperando na subida ou na descida, mas eu me preparei bem. Nessas provas de início de ano pude ter uma idéia do quanto vou cair durante o percurso na África, afirma. “Meu maior receio são os primeiros três dias. Não é nem tanto a subida, pois isso vai ser sofrimento para todos, mas a dificuldade da descida, pois eu não tenho o domínio nem o contato com a bicicleta que eu deveria ter”, admite Paterlini, sobre o trecho de maior desnível do Cape ser concentrado nos três primeiros dias.
Com tudo pronto para a partida, Mario tem a fé como sua aliada para completar a prova. Por mais que planejamos tudo, tem que ter fé. Pedir que a mão lá de cima ajude e apóie. Não está tudo na nossa mão. O que tinhamos que fazer já fizemos, treinamos, planejamos, agora é fé em Deus e pau na máquina.
Este texto foi escrito por: Daniel Costa e Thiago Padovanni