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Mario Roma fala sobre o Cape Epic na metade da competição


Acampamento no Cape Epic 2007 (foto: Divulgação)

Hoje o Cape Epic 2007 chega a sua metade. Quatro dos oito dias de prova se passaram e a dupla luso-brasileira Mario Roma e Julio Paterlini chegou a estar no Top 100 entre os mais de mil competidores da prova. Depois de pneus furados e problemas mecânicos na etapa de hoje, a qual terminaram no 57° lugar, eles estão na posição número 118° geral.

Logo que terminou o desafio de hoje Mario Roma conversou com o Webventure, pelo computador. Ele afirma que a dupla está muito bem, com o cansaço normal, e que seu parceiro “está se provando um ciclista completo”. O português também contou que o brasileiro Tomás Sawaya desistiu do Cape. Por isso, Adriana Nascimento continua sozinha na prova, mas sem contar tempo para a classificação.

A etapa de hoje teve 121 quilômetros, de Ladismith até Barydale, por estradas vicinais e dentro de fazendas, menos subidas que os dias anteriores e alguns obstáculos técnicos. No meio do dia as duplas passaram pela reserva de Leopard Rock, local onde são realizados safáris. Nos últimos 30 quilômetros até a chagada eles encontraram muitas pedras. A soma de todas as subidas até agora atinge uma altitude de 1.285 metros. O suíço Ralph Naef e o espanhol Jose Hermida venceram a quarta etapa. A liderança geral do Cape, porém, continua com o belga Roel Paulissen e o dinamarquês Jakob Fuglsang, com pouco mais de 18 horas de prova.

Confira a entrevista com Mario Roma:

Webventure – Como estão as coisas por aí?
Mario Roma
– Já terminei a quarta etapa. Hoje foi difícil, não pelo trajeto, mas tivemos quatro furos, meu pneu traseiro rasgou e o Julio teve um problema mecânico na bike, teve de fazer revisão no câmbio. Isso nos fez perder pelo menos uma hora.

E passados esses quatro dias, que vocês já estavam prevendo serem duros pelas subias, como está a parte física para o fim da competição?
Fisicamente estamos bem, cansados o normal. O calor começou hoje e as subidas têm sido muito duras. Está 38 graus agora.

Suas expectativas quanto ao Julio se confirmaram? Como ele está?
Está provando ser um ciclista completo, apesar de todas as dificuldades. Nas subidas e descidas técnicas está sempre lutando. É um leão brasileiro (risos).

E quanto à classificação geral, agora que a prova está na metade, qual é a chance de uma boa colocação?
Estávamos ontem nos Top 100, e em 28° na categoria. A prova é dura e longa, muita coisa pode acontecer. Hoje era um suposto dia fácil e virou complicado. Mas estamos fazendo muita força. São 169 equipes na Master, e 500 na geral. Estar nos Top 100 é muito bom, largamos junto com a elite, o que aumenta o nosso ritmo também. Depois do resultado de hoje, vamos perder contato com o nosso grupo, da frente, o que vai acabar diminuindo a nossa velocidade. Em pelotão o ritmo é mais rápido.

Faz dois dias que o site oficial informa que a Adriana Nascimento e o Tomás Sawaya não completam a terceira e quarta etapas. O que aconteceu com eles?
Ele abandonou. A equipe está fora, mas a Adriana continua andando, sozinha. Acho que não vai concluir também, é um trabalho de equipe. Essa é uma das dificuldades da prova. Os dois precisam estar bem, um ajuda o outro. É como um casamento, “na alegria e na tristeza” (risos). Por mais que ela continue na prova, não vai receber medalha, por estar sozinha.

E para você, alguma novidade? Tudo que você esperava está acontecendo?
Tiveram algumas situações prazerosas. No segundo dia fomos junto com a elite mundial nos primeiros 45 quilômetros. Um pelotão só de 50 equipes. Foi lindo. Hoje pedalei por uma hora com o inventor do MTB, Tom Ritchey. É demais, só no Cape Epic é possível viver momentos assim. Também desci ladeiras ao lado do campeão mundial de Downhill Greg Minnaar.

E a receita para os próximos dias? É seguir na resistência e esperar os concorrentes caírem?
Nos próximos dias vamos correr atrás do prejuízo, mas com cuidado para não quebrar. A equipe feminina que estava em primeiro lugar quebrou totalmente e chegou quatro minutos depois de nós. Estavam literalmente acabadas. É preciso preservar o corpo, estamos só na metade, e a caminho dos 900 km!

Este texto foi escrito por: Daniel Costa