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Marlon Koerich aposta em amizade com Emerson Cavassin para superar estreia no Dakar


Marlon terá contato com o equipamento apenas na Argentina (foto: Marcelo Maragni)

Marlon Koerich fará sua estreia no Rally Dakar na prova que começa no dia 1º de janeiro, com largada em Buenos Aires, na Argentina. Experiente piloto de carro no Brasil, mas ainda dando seus primeiros passos em provas internacionais, o piloto aposta em sua amizade de longa data com o navegador Emerson Bina Cavassin, que competiu no maior rali do mundo em 2010 ao lado de Jean Azevedo, para superar possíveis dificuldades durante a disputa.

“Eu já conheço o Bina há muito tempo e sou amigo dele. Isso é muito legal porque eu sei que ele pensa parecido. É ruim quando você pega um navegador que você não conhece, o que acaba se tornando um complicador maior. Se você tem uma afinidade maior, como eu tenho com o Bina, já é 90% do caminho andado. Os outros 10% você pega no dia-a-dia, como o que falar e a forma que o piloto gosta de ouvir. Então o mais importante nós já temos”, afirmou Marlon.

Correndo a prova pela segunda vez, Bina terá a importante missão de passar seu conhecimento na disputa à Marlon durante as 13 especiais da competição. Apesar de ter competido com Jean no Dakar deste ano, o piloto acredita que será um desafio a mais para ele ser o lado experiente da dupla.

“Eu fico um pouco apreensivo por eu ser a pessoa experiente da dupla, já que um ano de Dakar não é uma experiência. Como o Marlon nunca fez, eu tentarei transmitir esse um ano de bagagem. No ano passado, foi muito fácil porque eu contava com a experiência do Jean, que tinha longas e longas provas de motos, e isso me deixava muito tranquilo. Para mim, este ano, a responsabilidade será muito maior. Os primeiros dias servirão para pegarmos afinidade. Como é uma prova longa, acho que não tem segredo”, explicou.

Objetivos – Por competir pela primeira vez no maior rali do mundo, Marlon disputará a categoria estreantes do rali. De acordo com o piloto, caso consiga terminar a competição, a vitória na categoria estará muito próxima.

“Se nós terminarmos o rali bem, nós já temos grandes chances de vencer essa categoria estreantes e vamos sim com o objetivo de ganhar essa categoria. Se nós chegarmos e andarmos bem, talvez não seja tão difícil alcançar essa meta. Nós iremos poupar muito o carro, aprender em situações que nós precisamos aprender, e realmente terminar o rali, porque terminar o Dakar já é uma grande realização”, disse.

Para alcançar este feito, o piloto precisará, em primeiro lugar, superar o nervosismo de correr o maior rali do mundo, fator que muitas vezes atrapalha os novatos na disputa. Com especiais bem mais longas do que nas provas brasileiras, o piloto vê a superação como principal necessidade emocional na disputa.

“O que é a Copa do Mundo para o futebol, é o Dakar para os pilotos de rali. Eu particularmente estou realizando meu sonho de ir para o maior rali do mundo. É claro que há um frio na barriga para saber o que você irá encontrar, como as especiais bem mais longas do que nós estamos acostumados no Brasil. Do mais, é se preparar e se superar, como um rali deve ser”, contou.

O anúncio da equipe Petrobras de que Marlon assumiria o posto de Jean Azevedo no Rally Dakar 2011, dirigindo o carro do time, foi feito apenas no fim de 2010. Com apenas alguns meses para se preparar, o piloto testará o carro que competirá na prova apenas na Argentina. Apesar do pouco contato antes da disputa, Koerich acredita que a adaptação ao veículo será tranquila.

“O primeiro contato com o carro será direto lá. É claro que você terá que conhecer o carro, mas, basicamente, não muda muito da experiência que você tem de rali, que é leitura de terreno, saber onde você pode ou não acelerar para cuidar do carro. Imagino que só no primeiro dia de deslocamento você já pega uma grande noção de como é o carro, o que ele faz, etc”, explicou.

Confiante de que o equipamento não será um problema, o piloto focou suas atenções nos últimos meses para o treinamento físico e psicológico, este último considerado por Marlon como fundamental em sua estreia no maior rali do mundo. “Eu acho que o lado psicológico será fundamental para você não se deixar influenciar por estar no Dakar e ter essa consciência clara de que há dias em que você não vai acelerar para poupar o carro e depois andar em um dia bom e que não quebre o veículo”, disse.

Este texto foi escrito por: Caio Martins