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Mau tempo impede cume de Paulo e Helena Coelho no Everest

Redação Webventure/ Montanhismo

Helena reúne os equipamentos no Base Avançado (foto: Paulo Coelho)
Helena reúne os equipamentos no Base Avançado (foto: Paulo Coelho)

O casal brasileiro Paulo e Helena Coelho já está no caminho de volta para o Brasil. Pela oitava vez, eles tentaram chegar ao topo do Everest, a montanha mais alta do mundo, com 8.848 metros de altitude.

Paulo e Helena tentaram subir a montanha sem o auxílio de oxigênio suplementar e sem a ajuda de Sherpas. Apenas dois montanhistas conseguiram esse feito nesta temporada, dos mais de 600 que alcançaram o topo do Everest desde meados de abril. Segundo o site Everestnews, seis pessoas morreram na montanha nesta temporada.

Desde o início do ano, a Agência Mundial Antidoping declarou que métodos de captação ou melhoria artificial de oxigênio são considerados doping. Isso aplicado ao montanhismo, e ao Everest, torna doping o uso de oxigênio suplementar para a subida quando a escalada for considerada um feito esportivo.

A primeira tentativa de Paulo e Helena foi no início do mês, quando a previsão apontou uma janela de bom tempo. Porém ventos de mais de 50 quilômetros por hora acima dos sete mil metros de altitude. O casal desceu para o Acampamento Base Avançado, a 6.400 metros de altitude e esperou até a madrugada do dia 3 e 4 para nova investida, infelizmente mais uma vez sem sucesso.

Na segunda tentativa eles chegaram até o acampamento 2 (7.900m), porém o vento os impediu de continuar. “Para quem escala sem oxigênio não tinha a menor condição. Estava um furacão lá em cima. Ficamos quatro dias esperando e não tinha jeito nenhum. Mesmo ontem uma expedição conhecida conseguiu fazer o cume, mas tocando o máximo do oxigênio para subir. Os próprios sherpas desta expedição comentaram que o vento estava infernal e muito frio”, disse Paulo Coelho, pelo celular.

Paulo ainda explicou que a equipe que subiu na janela possível de bom tempo estava usando oxigênio. E eles, por progredirem em menor velocidade, ficaram para trás. “Por isso não pudermos ir com a turma que fez o cume na última data possível, porque nós temos um ritmo mais lento e o vento só abrandou em uma manhã única naquele dia, mas o percurso todo foi com um vento absurdo, inclusive jatos de ventos (jet stream) que levantavam neve desde o Colo Norte (como é chamado o acampamento 1)”, explicou. “Pense em um Posche e um fusquinha subindo a ladeira”, brincou, comparando a subida com e sem uso de O2.

Paulo e Helena saíram de São Paulo no dia 14 de abril, rumo ao Himalaia. Na noite de ontem eles deixaram o Acampamento Base e seguiram para a fronteira do Tibete para o Nepal. Eles têm permissão de ficar no Tibete apenas até amanhã. Inicialmente, a expedição estava marcada para terminar no fim de semana, porém com a nova tentativa para o cume, eles tiveram que remarcar as passagens de volta para o Brasil.

A saída da montanha foi tumultuada. “Acordamos hoje de madrugada e saímos com a casa nas costas”, conta Paulo. “Acordamos hoje de madrugada e saímos com a casa nas costas”, conta Paulo. “Um jipe nos pegou no [Acampamentp] Base e pelo menos economizamos um quilômetro de carregar a carga nas costas”, disse.

Relato – Veja o relato de Helena Coelho:
“Aqui fala Helena Coelho do Tibete. Eu e o Paulo estamos terminando nossa escalada no Everest. Mais uma vez terminamos sem conseguir nosso objetivo e isso nos deixa tristes porque tem todo um esforço, um ano de preparo, físico e técnico, de economia nossa, de esforços para concretizar essa expedição. Preparo de tudo. Por outro lado isso é um (alívio) porque estamos tentando a escalada da maneira com a qual acreditamos. Mas estamos felizes também porque sabemos que temos a possibilidade de um dia voltar para cá.”

Este texto foi escrito por: Redação Webventure

Last modified: junho 6, 2007

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