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Maurício Neves: “Foi a realização de todos os sonhos como piloto de rali”

Redação Webventure/ Offroad

Neves foi bem atendido após o acidente na 6ª etapa (foto: Marcelo Maragni)
Neves foi bem atendido após o acidente na 6ª etapa (foto: Marcelo Maragni)

Maurício Neves e Clécio Maestrelli eram os melhores brasileiros no Rally Dakar até a 5ª etapa da competição deste ano. No entanto, durante a sexta especial, que aconteceu entre Antofagasta e Iquique, no Chile, a dupla sofreu um acidente que os tirou do maior rali do mundo.

Mais de vinte dias após o ocorrido que deixou Neves com quatro costelas quebradas e o pulmão perfurado, o piloto contou que, mesmo não chegando até o fim, o sonho de ter participado de um evento do tamanho do Dakar foi realizado.

“Participar em uma equipe oficial, como a Volkswagen, nas condições que nós fomos, sem ter comprado a vaga, já que nós fomos os brasileiros escolhidos para estarem lá, é muito gratificante. O Dakar é a prova do cross-country mais perigosa, mais desafiadora de rali e, talvez, a prova mais desafiadora do automobilismo mundial. Foi Fantástico. Para mim, foi a realização de todos os sonhos e de todos os objetivos que eu tinha como piloto de rali”, disse.

Mesmo saindo da forma que saiu, Maurício disse que não ficou nem um pouco frustrado, já que diversos pilotos de renome, como Carlos Sainz e Guerlain Chicherit, não conseguiram terminar a competição em suas estreias.

“Não fica nenhum sentimento de frustração. Eu estaria muito frustrado se tivesse ido para o Dakar e tivesse feito uma prova medíocre. Mas, pelo contrário, até o sexto dia nós estávamos em 5º na geral, nós já havíamos andado em terceiro, nós lideramos uma especial até o km 187 e isso tudo no momento em que todos os grandes nomes estavam na prova. Então, estou contente porque a performance foi muito boa. Bater faz parte. Bater é uma linha tênue entre você terminar bem ou sair. Quem anda forte está sempre sobre essa linha”, explicou.

Dakar 2011 – Sempre que o Dakar termina, os olhos e corações do off-road ficam na expectativa para a próxima edição da competição. Para os brasileiros, fica a dúvida de quem irá ou não irá para o maior rali do mundo novamente. Mesmo com o bom desempenho enquanto esteve competindo, Neves não têm seu lugar garantido para 2011.

“Hoje eu ainda estou vinculado à Volkswagen Motosports, que tem um programa de quatro provas para 2010 e mais o Dakar 2011. No entanto, eu não sei de quais provas que eu irei fazer parte. Hoje eu sei muito mais sobre o carro e sobre a equipe. Então, se eles acharem que eu devo estar nos Sertões ou no Dakar, eu estarei lá, mais preparado e com mais experiência, pronto para fazer uma prova andando forte e atacando”, disse o piloto.

Para 2010, Maurício tem a participação confirmada apenas no Campeonato Brasileiro de Rali de Velocidade, que começa no dia 3 de março, em Curitiba. “A única coisa que eu tenho certa para o resto do ano é que irei participar do Brasileiro de Velocidade com a equipe ProMacchina, em parceria com a Volkswagen. Nós estaremos estreando dois gols geração 5”, contou Neves.

O dia 7 de janeiro de 2010 ficará marcado para Maurício Neves. Foi nesse dia que o piloto sofreu um acidente no Rally Dakar, capotando cinco vezes de frente com seu Race Touareg.

“Foi o acidente mais grave e mais sério que eu já tive na minha carreira. Não só pelas costelas, mas pela lesão no pulmão, já que uma das costelas perfurou o pulmão e essa era uma das preocupações dos médicos no Chile”, explicou.

Exatamente 22 dias após o ocorrido, o brasileiro contou que já está quase totalmente recuperado das lesões sofridas. “O pulmão já está quase 100% recuperado e as costelas são um processo lento, já que não há como imobilizar. Acredito que no dia 7 de março, que é quando começa o brasileiro, em Curitiba, eu já estarei 90% recuperado e os outros 10% estarão bons até o Sertões”, disse.

Atendimento – Uma das coisas que Neves fez questão de elogiar foi o atendimento que recebeu da ASO (Amaury Sport Organisation). Segundo o piloto, a organização do evento mostrou-se preocupada do momento em que o helicóptero os resgatou até quanto chegou em sua casa, no Brasil.

“A minha grande e boa surpresa foi o atendimento prestado a nós por todos lá no Chile, principalmente por parte da ASO. Qualquer um que precisasse estaria muito bem servido. Nós fomos muito bem atendidos do momento em que o helicóptero chegou até o momento em que me colocaram em casa. Todas as despesas, tanto minhas quanto da minha esposa, foram assumidas pela organização. Eles mandaram um médico desde Antofagasta até Curitiba nos acompanhando”, contou.

Este texto foi escrito por: Caio Martins

Last modified: janeiro 29, 2010

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