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Mergulhando (de verdade!) no Independência


Essa é a ponte onde o piloto passou direto caindo na água… (foto: Arquivo Jeca Jóia)

O Webventure estréia neste mês uma coluna sobre os bastidores de moto off-road no Brasil. Quem conta os “causos”, direto de Minas Gerais, é uma figura-carimbada das provas: o Jeca Jóia. Entre na trilha com ele!

Olá pessoal do Webventure, meu nome é Renato Furmann, mais conhecido como Jeca Jóia, e estou estreando uma coluna mensal aqui no maior portal de aventura do Brasil. Vou trazer até você alguns momentos dos “bastidores” do motociclismo off-road nacional, um esporte apaixonante, e com praticantes em todos os estados do país. O nosso primeiro “causo” falará sobre um fato curioso, acontecido no Enduro da Independência, a maior prova de enduro de regularidade do país.

Em todas as edições do Enduro da Independência, situações e imprevistos no mínimo curiosos acontecem com alguns participantes, sejam eles piloto, apoio ou organização. Hoje vamos falar e mostrar fotos uma destas histórias interessantes…

Bem no último dia… – Era 10 de setembro do ano de 2000, último dia daquela edição do Independência. O roteiro da planilha dizia, logo no começo da prova: “Ouro Preto / Belo Horizonte, Boa Prova”. A largada aconteceu na Praça Tiradentes, com deslocamento até a cidade de Mariana, onde começava e a primeira trilha com o nome de “Trilha do Visual”. Porém, como que sobe tem que descer (a física explica), começou a descida… e era só trilha, e escorregava muito.

Passava beirando uma cerca e descia e escorregava. No fim da trilha vinha uma estradinha de jipe; no fim da estradinha, pegava uma estrada de carros. Logo passava pela ponte do Cibrão, mais uma ponte em curva, e depois virava totalmente a direita e pegava uma estradinha bem estreitinha. Ali a planilha informava que ia pegar uma trilha numa curvinha. Depois de entrar na trilha, chegava uma trilha em “T” que mandava entrar para direita numa pontinha de pau, com um rio bem lá em baixo. Duas bolas pretas na planilha (veja ao lado) indicavam o “PERIGÃO”.

Na ponte – O piloto da moto número 100, Ademar, do Triângulo Mineiro, um pouco atrasado no tempo, entrou na pontinha e acelerou em cima da ponte molhada. Aí surgiu o problema, pois a moto derrapou de traseira e “tchibum” dentro do rio, que era muito fundo. Lá se foram o Ademar e a sua RMX, juntinhos, pra dentro d’água. O pior é que, na queda, a bota do piloto agarrou na moto e ele começou a afundar também. Foi o maior sufoco para desgarrar a perna, mas ele acabou conseguindo se safar. O mais difícil, segundo ele, seria os amigos contarem que estava fazendo um enduro e morreu afogado (…).

O apoio do Ademar era Maurício Brandão, que estava preocupado com o piloto, que não chegava… Helvécio, organizador da prova, já tinha recebido a informação, através de outros pilotos que passavam pelo local, e disse: “O Ademar está mergulhando num rio lá em Mariana, tentando achar a sua Suzuki RMX novinha”. Ouvindo aquilo, o Maurício não teve dúvidas: passou no shopping center, comprou um calção de nadar último modelo, porque ele “só tinha um de jogar bola” e partiu para Mariana.

Os problemas aumentaram ao saber que o Corpo de Bombeiros só resgata vítimas e não motos… Convidaram alguns amigos que moravam na cidade, entre eles Flávio Brigolini, e no dia seguinte foram mergulhar junto com o Ademar para tentar resgatar a moto.

Depois de duas horas de procura no rio, Brigolini grita: “Estou em cima de uma RMX, joga a corda prá puxar”. UFA, que alivio deu no Ademar… Tudo resolvido, agradeceram ao Brigolini e aos demais amigos, e foram para casa, felizes e com esta história pra contar e rir um bocado. Veja as fotos ao lado e confira que aventura mais curiosa esse pessoal passou nas trilhas de Minas Gerais… Até a próxima!

Este texto foi escrito por: Renato Furmann (Jeca Jóia)