Túlio deu explicações para quem quer iniciar no esporte (foto: Débora de Cássia)
Se mergulhar em mar aberto já é um desafio e permite aos aventureiros entrarem em contato com um mundo completamente diferente, imagine mergulhar em cavernas explorando galerias, salões e visitando, algumas vezes, lugares onde nenhuma outra pessoa esteve antes. Contando essa experiência, suas sensações, belezas e dificuldades, o mergulhador Túlio Schargel encantou a platéia presente na palestra Mergulhando em cavernas alagadas. A apresentação faz parte do Adventure Congress, congresso com palestras de aventura que está sendo realizado na Adventure Sports Fair.
Comecei a mergulhar em cavernas porque estava à procura de algo diferente. Queria encontrar outros seres, ter outras sensações ao mergulhar. O que posso dizer é que encontrei algo realmente fantástico e diferente. Documentar este mundo e trazer para as outras pessoas faz com que eu me sinta um privilegiado, explica Schargel, que mergulha a mais de vinte anos .
O mergulhador contou para uma platéia atenta as conquistas da Hidro Caster, primeira expedição brasileira para a explorar cavernas alagadas realizada no país. Como também faz filmagens subaquáticas, os espectadores foram presenteados com belas imagens das três cavernas pesquisadas: Poço Encantado, Poço Azul e caverna da Lapa, todas na Chapada Diamantina (BA).
O Poço Encantado é um verdadeiro espetáculo da natureza. Lá, tentamos fazer mergulhos de até 120 metros e tivemos de utilizar, para isso, uma grande logística. Havia três equipes de mergulhadores: uma na superfície, outra a uma profundidade de quarenta metros e outra, mais técnica, desbravando o poço a 120 metros. A água era tão límpida que a visibilidade era quase perfeita entre as equipes, apesar das distâncias, explica.
Mergulho cabeça – Algumas vezes, mostrou Túlio nos vídeos da expedição, os mergulhadores de cavernas acabam embrenhando-se por caminhos estreitos. Por isso, não gostar de ficar em lugares fechados é o primeiro empecilho para quem pretende seguir no esporte. Experiência em mergulho aberto, equipamentos corretos e noção dos próprios limites são fundamentais. Para Schargel, porém, é o preparo psicológico o ponto chave para que se possa sair de uma caverna com segurança.
Em uma situação de risco, o importante é manter a calma, perceber como está a sua respiração e redobrar a atenção para solucionar o problema. O máximo que se pode ter é um início de estresse, quando o coração começa a bater mais forte porque a adrenalina sobe. Entrar em pânico é praticamente suicídio se você está nesse tipo de mergulho, explicou Schargel.
Para os que querem iniciar nesta atividade, o primeiro passo é fazer um curso de mergulho aberto e, depois, procurar um curso específico em cavernas. O tempo de aprendizagem varia muito de pessoa para pessoa e da constância com que ela mergulha. Dedicação e cuidados com a segurança são fundamentais, concluiu Túlio.
O Adventventure Congress acontece dentro da Adventure Sports Fair 2001, no terceiro piso. As palestras são gratuitas e, para participar, é necessário fazer a inscrição antecipada em um estande na área de palestras.
Serviço
O que:
Adventure Sports Fair
Onde:
Pavilhão da Bienal do Ibirapuera, São Paulo
Quando:
de 3 a 7 de outubro, das 14h às 22h
Ingresso:
R$ 10,00 (pode ser comprado no local)
– Visite o estande do Webventure: 14, 2º piso – setor Bike.
Este texto foi escrito por: Debora de Cassia
Last modified: outubro 4, 2001