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Minha aventura: o primeiro off-road a gente não esquece

Redação Webventure/ Offroad

Sou outra pessoa quando pratico off-road  afirma Rhannah (foto: Arquivo pessoal)
Sou outra pessoa quando pratico off-road afirma Rhannah (foto: Arquivo pessoal)

Quando comprei meu Idea Adventure não imaginei colocá-lo em trilhas, muito menos no meio de canaviais, como é comum ver nos ralis organizados aqui em Natal. Apesar de saber que o automóvel foi feito também para encarar barro, adquiri o carro porque o considerei estiloso, charmoso, e me passava um conceito legal de vida off-road. Mas, no dia-a-dia, o máximo de dificuldade de terreno que enfrentei ao volante foram os buracos da minha cidade – o que já se pode considerar um bom teste de fogo.

Para passeios mais longos e viagens pelos asfaltos da vida ele não me deixou na mão. Espaçoso, confortável, ágil, se tornou o carro ideal para as minhas necessidades, mas o teste de fogo aconteceu mesmo no último sábado, dia 9 de dezembro: teste para meu carro, mas principalmente para mim.

Tudo começou quando uma semana antes fui avisada pela concessionária que estavam organizando o I Fiat Adventure Pontanegra. Como tinha comprado meu carro nesse lugar, estava sendo convidada a participar do primeiro off-road light do Nordeste. Pensei, bom, eu não tenho experiência com pilotagem fora de estrada e, até então, achava que não tinha um carro realmente adequado, que não agüentaria o tranco de rodar mais de 100 quilômetros dentro de buracos, areia fofa e piçarra. Ora, ele não é um 4×4, não é a diesel, não tem aqueles enormes pneus…

Ao volante – Mas, diante dos argumentos que diziam que era possível sim eu pilotar meu Adventure por trilhas, aquela vontade latente que me acompanhava pela admiração do estilo de vida falou mais alto e fiz minha inscrição. O roteiro também me atraiu. Pensado de forma diferente do tradicional, não seguiríamos pelas famosas praias do litoral Potiguar, mas por dentro dos vestígios de Mata Atlântica e no meio da cana-de-açúcar alta do agreste. Outro ponto favorável foram as dicas de pilotagem feita pela equipe organizadora do evento. Na véspera, durante o briefing e pouco antes de começar a trilha, um dos organizadores e piloto experiente de ralis, Kleber Tinoco, passou recomendações de pilotagem e segurança.

Claro, na hora que você está ao volante, as coisas mudam. Primeiro, porque estava fazendo parte de um comboio de quase 50 carros, a maioria absoluta conduzida por motoristas iguais a mim, que nunca haviam entrado em uma trilha antes. Depois, tinha como orientação um roteiro de navegação que zerava o hodômetro diversas vezes em trechos que tinham como indicação, por exemplo, o desenho de uma bifurcação e uma seta indicando seguir em frente e a observação “atenção”.

Não foi a toa a recomendação de Kleber quando disse para, quando se perder, parar e pedir informação aos nativos. Dito e feito, mais da metade do comboio se perdeu na segunda zerada do hodômetro. Nossa salvação foram os ‘cavaleiros’ que passavam pelo local: “Como chegamos ao Cemitério de Arez?”, perguntamos. “Ah, é só seguir em frente e quando acabar a mata dobrar a direita”, respondeu o nativo. Após a terceira informação igual e cerca de um quilômetro depois, o comboio estava novamente unido em frente ao pórtico do tal cemitério que, detalhe, é belíssimo e tombado pelo patrimônio histórico.

Depois de muita poeira, igrejas e construções do século XIX, terminamos o off-road inteiros e sãos-e-salvos. Descobrimos que nosso belo estado tem muito mais do que praias mas, definitivamente, esse não era propriamente o fim da aventura. Dentro da programação ainda estavam quatro modalidades de esportes outdoor para se praticar: trekking, canoagem, arvorismo e tirolesa. Para quem realmente encarnou o aventureiro, meu caso, competi e não fiz feio, ganhei medalha e tudo (risos).

Desse sábado diferente ficaram duas lições: o Idea Adventure se comporta da mesma forma na estrada e na terra, já eu, posso ser uma outra pessoa quando coloco em prática o estilo off-road de vida.

Rhanna Maranhão é ortodontista e reside em Natal (RN)

Este texto foi escrito por: Rhanna Maranhão

Last modified: dezembro 16, 2006

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