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Minha Aventura: SpAventura – Minha primeira corrida de aventura


Superação foi a palavra de ordem (foto: )

Depois da minha maravilhosa experiência cobrindo o Brasil Wild Extreme, aprendi que superação é a palavra a ser usada. Lá, vi que não importa idade, sexo, peso, raça, nada e sim a determinação e o espírito de equipe. Conheci pessoas maravilhosas por lá e assim que consegui me livrar do tempo tomado por minha faculdade, resolvi que iria tentar treinar para também fazer uma corrida de aventura. E então comecei os treinar com a equipe Selva e a cada dia fui ficando mais empolgada! Não imaginava que correr, remar e pedalar seriam coisas que a partir de então estariam freqüentes na minha vida.

Tá, tenho que confessar que tive apenas duas ‘semaninhas’ de treino e resolvi ir correr o SPAventura Light, em Ibiúna (SP). Como era em dupla, chamei a Marina Amano, que já tinha participado de umas corridas antes, e começamos a nos empolgar. Um dia antes da corrida, o Caco, da Selva, me deu uma super aula de navegação, que na teoria acabei aprendendo tudo.

Antes de sair de viagem, passei numa farmácia para comprar vaselina. Ensinaram-me que é bom passar nos pés para não dar bolhas. Como eu tenho pele muito fina, logo comprei as três últimas bisnagas.
Bom, bikes e alguns equipamentos emprestados, roupa nova, tudo no carro e fomos. Chegando lá, como um ritual nas provas do Sérgio Zolino, organizador da prova e diretor do Adventure Camp, o tempo estava nublado e praticamente uns 10ºC, mas eu nem sentia tanto frio por causa da empolgação.

Pegamos o kit e logo sentamos para ver o mapa. Nessa prova os PCs já estavam plotados e eram 12 ao
todo. Os PCs pares eram obrigatórios e ganhariam as duplas que fizesse mais PCs em menos tempo. No primeiro momento foi difícil traçar uma estratégia, mas logo uma luz veio e pronto! Tracei tudo no mapa e agora era só esperar a buzina da largada. Nossa! A vaselina! Passei aquela meleca no pé e em algumas partes do corpo. Pensei que ia usar as três bisnagas e estava com medo que ia faltar, mas na verdade não usei nem meia. Bom, mas uma que aprendi!

Uma chuva começou a ameaçar. Buzina soada e correria pra tudo que é lado, já que cada dupla tinha traçado uma estratégia diferente. A nossa era pegar as bikes no PC e ir buscar os demais. Carimba a planilha, pega a bike e lembra: putz, não sei andar de bike! Só treinei trekking e canoagem! E agora? Bom, agora o jeito era aprender na marra. Ok, sobe na bike, acha as marchas e grita: “Marinaaaaaaaaaa, vai mais devagar pra você ir me falando as marchas”. Era essa minha situação.

Nós fomos buscar o primeiro PC que seria o 3. Mas de repente demos de cara com o 11. “Cacilds! Fomos pro sul em vez de ir pro norte!”. Tudo bem, decidimos seguir caminho. Logo nos primeiros quilômetros vi que a prova tinha bastante subida. O mal-humor foi tomando conta de mim, pois eu mais empurrava a bike do que pedalava. Chegando no PC 10, vimos que tinha canionismo, ou seja, trekking dentro de um córrego.

De repente a Marina solta: “CANIONISMO!!! Vamos Mari, vem de quatro!”. Quando eu vi, ela já estava a 400 quilômetros distante de mim, enquanto eu escorregava em todas as pedras. Resolvi esperar enquanto ela buscava o PC virtual. Na verdade quase resolvi desistir da prova nesse momento depois de um tombasso que me machucou o joelho. Tomei um gel energético, me acalmei, e na minha cabeça veio a palavra lá do começo: “superação”. Fiz umas fotos pra relaxar e nisso chegou a Marina com a planilha picotada. Durante o pequeno trekking que fizemos fui pensando naquele tombo e vi que do chão eu não passaria. Daí eu tirei forças para continuar na prova. E começou a chover…

“Hei, alguém viu o PC 4?”. Caramba, a gente não achava de jeito nenhum! Resolvemos então, comer alguma coisa. Aquelas barras de proteína são piores que jaca! Grudam e não tem santo que nos faça engolir. A Marina, com sua experiência em nutrição esportiva (é mentira), ainda me bota duas azeitonas na boca. Tudo bem que gosto de comer bolachas Passatempo com requeijão e alho frito, mas barrinha com azeitona definitivamente não combinava.

Descobrimos o caminho do PC 4, era no meio de uma plantação de repolhos. A lama no chão era tanta que não conseguíamos nem empurrar as bikes. Parecia que estávamos esquiando no barro. De repente vi minhas pernas para o alto e caí de cara num repolho, “hum, que cheirinho de salada!”. Finalmente chegamos no tal PC 4. De lá fomos voando para os PCs 1 e 2 de duck. Se nós não remássemos, seria uma decepção pro Teacher (Vit, nosso querido professor de remo).

Deixamos os camelbaks e embarcamos no duck. Lógico que com as aulas vips do Vit, nós até arrancamos elogios dos staffs. Voltamos pra terra firme e subimos na bike. A Marina, com seu problema de memória, claro que ia esquecer alguma coisa. Já ia deixando o camelbak, câmera… e ouvimos uma voz “viu, você pode deixar o colete salva-vidas aqui!”. A Marina soltou um “ahhh moço, mas tá tão quentinho!”.

Depois de 4 horas de prova, descobrimos que os outros PCs já tinham fechado. Era hora de ir para a chegada. Mesmo faltando dois PCs para completar o percurso, no nosso rosto já estampava a alegria de terminar uma corrida de 25 km. Era a primeira vez que eu ia cruzar uma linha de chegada e… Missão cumprida!

Recebemos medalhas de participação e cumprimentos e fomos direto para a churrasqueira. De longe dava pra sentir o cheirinho de churrasco. Mesmo sem comer carne, não resisti!

A SpAventura é, definitivamente, uma prova perfeita para iniciantes. Nossa equipe recebeu ajuda de muita gente mais experiente durante o caminho, além da organização que está de parabéns. Eu gostaria de agradecer ao Zolino e Webventure pela oportunidade de realizar uma das melhores experiências da minha vida. Quero agradecer também meus queridos treinadores: Marcinho, Caco, Camila, Pedrinho e Vit. Essa foi a primeira de muitas corridas, porque a aventura realmente mudou a minha vida.

Este texto foi escrito por: Mariana Dias