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Mitsubishi Cup Nacional abre temporada com 68 carros no grid

Redação Webventure/ Offroad

João Carlos e Sidinei Broering  campeões na L200 (foto: Tom Papp)
João Carlos e Sidinei Broering campeões na L200 (foto: Tom Papp)

A cidade de Paulínia no interior do estado de São Paulo foi o palco da abertura da Mitsubishi Cup, neste sábado. A novidade da temporada 2011 no rali de velocidade da marca é a unificação das competições nacionais até o ano passado, havia duas divisões, Sudeste e Nordeste. A abertura contou com 68 carros, sendo 13 vindos do Nordeste e 16 da região Sul do país.

Para os competidores nordestinos, foi a oportunidade para comparar o desempenho com as equipes do Sudeste, Centro-Oeste e Sul, além de ganhar experiência com novos pisos e condições de prova. “A diferença de terreno é grande. Aqui tem um piso duro, de terra batida, mas que é úmido por baixo. Não vi chover e em algumas curvas em que a terra foi cavoucada, o piso está molhado. Deve ser pela garoa da noite”, se impressionou o potiguar Yuri de Oliveira Afonso. “Nós estamos acostumados com terrenos mais arenosos, e trechos de canavial. Lembro de provas como a de João Pessoa em que 70% do percurso era em areia. Infelizmente o rali saiu da porta da minha casa, mas por outro lado irá me trazer novas experiências”, completou.

Após cinco anos na Cup Sudeste, o Yuri resolveu comprar uma TR4 movida a álcool zero quilômetro, que já foi enviada direto para São Paulo. “Ela ficará aqui, assim não tem o custo e tempo de transporte. Por outro lado, só entrei nela para arrumar o cinto e o banco antes da prova”, explicou o piloto nordestino.

Logística – A maioria das equipes irá deixar seus carros no Sudeste, próximo de onde se concentra a maior parte das provas do calendário da Cup. Também é o caso dos navegadores baianos Bruno Lima e Vinicius Ribeiro Castro. “Meu piloto e eu competimos na Cup há três anos, e com isso conseguimos bons contatos no Sudeste, pessoas de confiança para prepararem nosso carro. A L200 veio há um mês para cá, para ser preparada e revisada”, contou Vinicius.

Para Bruno Lima, a competitividade aumentou com a prova nacional. “Nossa categoria agora está com 28 competidores. É um grid alto e que nos obriga a dar o máximo para termos destaque. É bom ter a copa nacional, pois o país inteiro corre junto”, disse o navegador da TR4R Light, que ressaltou ainda a ajuda da Mitsubishi no transporte dos veículos. “Somos reembolsados 30 dias após o pagamento do transporte pela marca. Isso ajuda muito a trazer os carros para o Sudeste.”

Além do esporte, para a equipe de Bruno a etapa de abertura da Cup virou motivo de passeio familiar. “Meu piloto trouxe a torcida do [time] Bahia inteira para ver a prova! Mandinga baiana é o que mais tem por aqui”, brincou, sobre a família do piloto Roberto Cunha que veio em peso assistir à sua estréia na temporada.

As equipes de apoio paulistas que alugam seus serviços de preparação, logística e mecânica – , também comemoraram a unificação dos campeonatos. Piloto e chefe de equipe, Edu Piano abrigou três carros nordestinos para a etapa de Paulínia. “Meu navegador, o [cearense] Solon Mendes , indicou alguns conterrâneos para ficarem com seus carros na minha equipe. Então aumentamos a estrutura, que hoje recebe três carros temos capacidade para mais cinco”, explicou Piano. “Acho importante ter cada vez mais incentivo para que os carros do Nordeste participem da competição nacional. De qualquer forma, as 13 duplas que compareceram aqui já mostra um número bem positivo”, completou.

A prefeitura de Paulínia cedeu o espaço do Parque Brasil 500 anos para a montagem da prova, o que proporcionou uma etapa única e em formato inédito na história da Cup. O circuito fechado teve 15 quilômetros, com cada bateria formada por duas passagens na sequencia, com um total de três baterias ou seja, seis passagens pela pista ao longo do dia. Praticamente todo o percurso podia ser visto pelos convidados e também pela população da cidade, que compareceu durante todo o dia. Uma proximidade com o público rara de se encontrar nas provas de off-road.

O circuito usou parte da estrutura da pista de MotoCross da cidade uma das melhores do país com saltos e curvas fechadas nos primeiros três quilômetros, e trechos de alta em que os veículos mais potentes chegavam a 140km/h, já próximo do fim. Piso de terra batida prevaleceu, com curvas que formaram facões cada vez mais fundos com a passagem dos carros, que levaram ao menos duas Pajeros tombarem durante as provas.

Mesmo com seis passagens a pista apresentou novos desafios a cada volta. Para o campeão da categoria de elite, a L200 Triton RS, Cristian Baumgart, as três voltas foram provas diferentes. “Já na segunda passagem o trecho estava bem pior do que quando passamos a primeira vez. Só que na terceira, o ‘grip’ estava tão bom que parecia asfalto”, disse. Ao lado do navegador Beco Andreotti, o piloto fez o melhor tempo na primeira e terceira bateria, além do segundo melhor na segunda passagem, acumulando 44 pontos.

A L200 Triton RS manteve a mesma configuração do ano passado para a temporada 2011. O diretor de competições da Mitsubishi, Guilherme Spinelli, afirma que a receita já para a Cup de 2010 foi acertada. “Conseguimos chegar a uma estabilidade muito grande no conceito de carro rápido e resistente. Não tivemos nenhum problema no ano passado, e performances excelentes”, comemora.

Diferente das outras categorias da Cup, a L200 Triton RS precisa ser alugada diretamente com a marca. Pelo valor de R$18 mil, o pacote inclui todo o preparo a manutenção do veículo, antes e durante a competição, além da logística de transporte. “O valor do aluguel inclui toda a manutenção durante o evento, entre as etapas, e tudo de desgaste natural como combustível, pneus, óleos, filtros. O competidor só tem custo extra em caso de acidente. E este ano incluímos a novidade do seguro de R$50 mil, com o mesmo valor do ano passado. Na verdade o pacote ficou mais barato. Se o piloto não optar pelo seguro, o aluguel fica em R$16.200. Com seguro ele paga os mesmos R$18 mil do ano passado”, explicou Spinelli. A categoria contou com 12 veículos na abertura da temporada.

Navegação – Se as seis passagens não facilitaram a vida dos pilotos, para os navegadores não foi diferente. A quantidade de referências muito próximas principalmente nos trechos travados obrigou os competidores a permanecerem falando e passando informações durante todo o percurso.

“Estou rouco, quase sem voz, mas em uma prova dessa não tem como ser diferente. É o tempo todo falando, tentando passar o máximo de informações para o piloto para fazermos o menor tempo. Mesmo dando seis voltas, acabamos sempre descobrindo algo novo. Muda o terreno, aparecem buracos, desvios e depressões que precisam ser anotados na planilha”, contou o navegador campeão, Beco Andreotti.

As anotações feitas na planilha não só alertam para perigos que apareceram ao longo do dia, mas também para a dificuldade das curvas, ou possibilidade de acelerar. Um estilo de navegação muito próximo do rali de velocidade, o que facilitou a vida para o navegador catarinense Sidinei Broering, campeão da categoria L200 RS ao lado do piloto paranaense João Carlos Narciso da Silva, e experietnte navegador de rali de velocidade.

“A navegação a partir da segunda volta já foi bem parecida com a do rali de velocidade, mesmo. Porém, como os carros aqui são caminhonetes, o piso estraga bastante de uma passagem para outra e nosso tempo acabou até piorando na segunda bateria, pois fomos mais cautelosos sabendo que o piso iria estar ruim”, contou o navegador campeão, também com 44 pontos. Ele ressaltou a competitividade mais alta da Cup após se tornar nacional. “Quando mais competidores, melhor. Traz um tempero a mais para o evento”, comentou.

A próxima etapa da Mitsubishi Cup será em Londrina (PR) no dia 30 de abril.

Categoria L200 Triton RS
1º. Cristian Baumgart/ Beco Andreotti – 44 pontos (São Paulo/SP)
2º. Reinaldo Varela/ Edu Bampi – 42 pontos (São Paulo/SP)
3º. Marcos Cassol/ Marcos Macedo – 36 pontos (Rio Verde/GO)
4º. Paulo Rugna/ Luís Felipe – 33 pontos (São Paulo/SP)
5º. Augusto Soares/ Deco Muniz – 33 pontos (Caxias do Sul/RS)

Categoria L200 RS
1º. João Carlos N. da Silva Cardoso/ Sidinei Broering – 44 pontos (Curitiba/PR)
2º. Edu Piano/ Solon Mendes da Fonseca Jr. – 40 pontos (Tatuí/SP)
3º. Peterson S. de Oliveira/ Gilson Rocha – 36 pontos (Tubarão/SC)
4º. Régis Braga Maia/ Rogério Almeida – 34 pontos (Lauro de Freitas/BA)
5º. Alberto Souza Castro/ Vinícius Ribeiro Castro – 32 pontos (Lauro de Freitas/BA)

Categoria Pajero TR4 ER
1º. Carlos Henrique Scheffer Jr./ Rafael Malucelli – 45 pontos (Curitiba/PR)
2º. Henry Grosskopf/ Gunnar Dums – 41 pontos (São Bento do Sul/SC)
3º. Marco Antonio M. Falchetti/ Ivo Renato Mayer – 38 pontos (Tubarão/SC)
4º. Eder Benito/ Dalmo Bergantin – 36 pontos (Indaiatuba/SP)
5º. Ivan Machado Terni/ Fausto Dallape – 33 pontos (São Paulo/SP)

Categoria Pajero TR4 ER Light
1º. Albano dos Santos Parente Jr./ João Gilberto F. da Silva – 44 pontos (Rio de Janeiro/RJ)
2º. Alessandro César Tozoni/ Fábio Peralli – 43 pontos (Jundiaí/SP)
3º. Acyr Alexandre Becker/ João Stal – 37 pontos (São Bento do Sul/SC)
4º. Luciano Dalefe/ Anderson Muller – 36 pontos (Mafra/SC)
5º. Flávio de Oliveira Saraiva/ Sara Beatriz Volpato – 34 pontos (Brasília/DF)

Categoria Pajero TR4 Light
1º. Renato Kahn/ Gilze Araújo – 42 pontos (São Paulo/SP)
2º. Nadimir Kayser de Oliveira/ Filipe Bianchini de Oliveira – 36 pontos (Brasília/DF)
3º. Rafael Martins Cassol/ Lélio Vieira Carneiro Jr. – 34 pontos (Rio Verde/GO)
4º. Vilson Thomas/ William Thomas – 32 pontos (Brasília/DF)
5o. Roberto Cunha/ Bruno Lima – 32 pontos (Salvador/BA)

Este texto foi escrito por: Daniel Costa

Last modified: abril 2, 2011

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