O último domingo foi um dia histórico para o montanhismo no Rio Grande do Sul. Dois montanhistas, o gaúcho Rodrigo Matzembacher, 23 anos, e o paranaense Sérgio Rocha, 29, completaram a maior escalada já feita no estado.
Os dois tiveram de enfrentar grandes dificuldades para vencer os 400 metros de um paredão de basalto no cânion Malacara, em Aparados da Serra. Esta foi a maior escalda do Rio grande do Sul em extensão e a primeira feita no estilo big wall, onde a subida de grandes paredes de rocha não envolve ajuda do lado de cima
Segundo Rafael Britto, presidente da Associação Cânions da Serra (Acaserge), esta é a maior conquista do montanhismo em solo gaúcho.
Abandonando o desafio – Um terceiro membro abandonou o grupo antes da conquista do topo do Malacara. Cristian dos Santos, 26 anos, teve de retornar da aventura mais cedo porque suas férias no trabalho acabaram.
Rocha e Matzembacher passaram nove dos 22 dias de subida dependurados em cordas, dormindo e fazendo refeições presos dezenas de metros acima do chão. No alto, enfrentaram ventos fortes, temperaturas negativas e a queda de pedras que poderiam atingi-los e até derrubá-los.
Não houve outra escalada com o mesmo grau de dificuldade e periculosidade no Estado afirma o vice-presidente da Associação Gaúcha de Montanhismo, Elton Fagundes, 33 anos.
Existem níveis que medem o grau de risco a que os montanhistas são expostos. Nas escaladas chamadas de artificiais (que utilizam equipamentos especiais como cordas e grampos), a graduação vai de zero a cinco (no grau máximo, qualquer queda provoca morte certa). A parede do Malacara superada pela equipe tem grau A3+ (grau intermediário entre o três e o quatro. O A significa artificial).
Vencer cada palmo de basalto é muito difícil, pois é um material menos resistente que o granito, por exemplo. E, muitas vezes, não há onde prender as cordas com segurança. O ponto mais alto do Estado é o Pico do Monte Negro, em São José dos Ausentes, com 1.403 metros de altitude.
Este texto foi escrito por: Webventure