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Montanhistas Paulo e Helena fazem contato do Everest


Cume do Everest visto de 8.400m (foto: Helena Coelho)

Os montanhistas Paulo e Helena Coelho, partiram no fim de março com destino ao Everest e estão na montanha aguardando com outros alpinistas a janela de bom tempo para a escalada até o cume sem uso de oxigênio artificial. Sem patrocínio e apenas com apoio de algumas marcas brasileiras, o casal tenta a ascensão pela sexta vez. Juntos já conseguiram subir até 8.400 metros em outra oportunidade.

Neste texto, enviado por email para a Redação, a colunista do Webventure Helena Coelho conta por que eles não partem para o ataque ao cume nesses dias – opção de alguns montanhistas. Fala também que o tipo de escalada deles, sem contratação de sherpas, tem logística mais difícil e complexa.

A ansiedade é grande nos campos base, principalmente porque nenhum escalador conseguiu o cume ainda nesta temporada. Nesta época, no ano passado, pelo menos 100 pessoas já tinham conseguido subir a montanha.

Direto do campo base avançado – Estamos no campo base avançado do Everest, prontos para a hora que der uma melhorada no tempo, iniciar a subida para o cume. Isto é o normal de Everest.

A gente se prepara e fica esperando uma janela de tempo bom. Algumas equipes iniciaram hoje, mas, em nossa avaliação ainda não é o momento certo. Pode ser que nós estejamos apostando errado, mas, é assim. Não escrevemos antes pois as duas equipes que consultamos sobre o uso tinham preço muito caro para nós, a equipe brasileira não nos ofereceu, claro que pagando, nenhuma vez, nem o telefone – devem ter suas razões…

Hoje, pedimos para este climber (montanhista) e o preço deu para a gente pagar. Mas, nós não podemos ver os nossos e-mails e nem as noticias que andam por ai. Assim sendo, é como escrever no escuro. Também não iremos ver as respostas de vocês, só quando chegarmos em Kathmandu.

Como vocês devem saber, as equipes estão atrasadas e ainda ninguém chegou ao cume. Pode ser que nos próximos dias… Nós tivemos alguns problemas com uma barraca que rasgou toda com o vento, mas ainda bem que recuperamos tudo o que estava dentro.

A barraca estava no Colo Norte e ficamos mais de uma semana sem esse material. Ainda bem que agora tudo está certo. Só o Paulo que teve que trabalhar mais de três horas no CN (Colo Norte) – a 7.000m de altitude, fazendo uma plataforma mais funda para a outra barraca que tivemos que instalar.

Essa é uma das diferenças de não ter sherpa… se tivéssemos, ele é que faria o árduo trabalho. Além, é claro, de termos de carregar tudo para lá, fazer a nossa água, comida. etc. Bom, dizem que o trabalho enobrece o homem… Bom, esperamos que na próxima vez que escrevermos, tenhamos boas noticias. Se possível, de cume.

Beijos a todos,
Paulo e Helena.

Este texto foi escrito por: Redação Webventure