Webventure

Montanhistas russos são atacados no Tibete

Um carro que levava dois alpinistas russos ao Acampamento Base do Everest foi atacado na última segunda-feira (11) por uma grupo rebelde maoísta. Segundo Alexander Abramov, líder da expedição, três rebeldes atacaram o veículo arremessando três bombas de fabricação caseira.

Uma delas entrou pela janela e explodiu perto da perna esquerda de Sergey Kaimachnikov, membro da equipe, que teve sérias lesões. Com a ajuda militar do Nepal, o russo foi transferido para o Hospital do Exército em Katmandu. Lá ele foi operado e segue no final desta semana para Moscou, para continuar o tratamento.

O jornal russo Kommersant entrevistou os médicos locais por meio da embaixada russa no Nepal, que afirmam que ele “poderá ter sérios problemas ortopédicos no futuro.”

A guerrilha maoísta fechou a fronteira do Tibete e os alpinistas estavam atravessando apenas em comboio. Até o incidente, não houve registro de agressão à nenhuma equipe de montanhistas. Segundo Abramov, o veículo em que eles estavam se desligou do comboio e estava mais para trás quando foi atacado.

Depois do susto – Mesmo com o incidente, o líder da equipe “7 Summit Club” afirmou que vai voltar para a expedição assim que Kaimachnikov voltar para a Rússia. Abramov teve ferimentos leves na perna, devido aos estilhaços das bombas, mas já está apto para escalar de novo.

“Sou responsável por 20 alpinistas e 17 Sherpas. Com certeza tenho planos de ir ao Acampamento Base depois de ajudar Serguey a voltar para casa, talvez dentro de uma semana. Até lá, o guia Nikolay Cherny, também russo, irá liderar a expedição”, revelou o alpinista.

Segundo informações da assessoria da expedição Try On 2 em São Paulo, os montanhistas Vitor Negrete e Rodrigo Raineri estão bem. Quando aconteceu o fato eles já tinham atravessado a fronteira e estavam no Acampamento Base. A dupla também atravessou a fronteira do Tibete em comboio, mas não houve nenhum problema na passagem, nem com os equipamentos. A travessia aconteceu no último dia 7.

“Viemos em uma caravana de várias expedições com escolta da polícia e do exército, com carros blindados, metralhadoras e até helicóptero”, afirmou Rodrigo Raineri.

O conflito – Desde 1996, rebeldes Maoístas estabeleceram um conflito armado com as autoridades do Nepal por causa de disputas territoriais. Calcula-se que mais de 11 mil pessoas já tenham morrido em quase dez anos. Organizações de direitos humanos calculam que sete pessoas morrem por dia por culpa dessa desavença.

Em primeiro de fevereiro desse ano, o conflito forçou o rei do Nepal, Gyanendra, a dispensar o governo e anunciar estado de emergência no país.

Este texto foi escrito por: Webventure