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Monte Roraima esconde belezas e muita aventura no norte do Brasil

Redação Webventure/ Destino Aventura

A proa do Roraima é um local de difícil acesso (foto: Alexandre Koda/ www.weventure.com.br)
A proa do Roraima é um local de difícil acesso (foto: Alexandre Koda/ www.weventure.com.br)

Ao norte de Roraima, na fronteira da Venezuela, Brasil e Guiana, surge uma cadeia de montanhas com formato diferente das usuais. Não há cumes pontiagudos, mas sim formações rochosas planas (platôs), os chamados tepuis, que não são encontrados em nenhum outro lugar do mundo.

Lá no alto, imponente, encontra-se o Monte Roraima com seus 2.734m de altitude, um dos pontos culminantes do Brasil e morada de um ser muito especial para os índios e moradores da região: o semi-deus Makunaima, regente de toda a natureza. Não confundir com o Macunaíma de Mário de Andrade, pois o guardião da montanha é um bravo guerreiro indígena, ao contrário do personagem, retratado como um anti-herói pelo escritor.

O local serviu de inspiração para Sir Arthur Conan Doyle, criador de Sherlock Holmes, escrever a obra “O Mundo Perdido”. No livro de 1912, um cientista descobre seres pré-históricos num planalto da Floresta Amazônica e tenta convencer a sociedade britânica que são dinossauros.

Apenas 5% do Monte pertence ao Brasil e uma outra pequena parte à Guiana, já que a maior porção encontra-se na Venezuela, no Parque Nacional do Monte Roraima, único lado possível de se chegar ao topo por meio de trilhas. Vários montanhistas já tentaram abrir uma via de escalada pelo lado canarinho, a face sul, mas até o momento ninguém obteve sucesso.

Subida no Roraima – A ilustração abaixo mostra as dificuldades e os principais pontos para a escalada no Monte Roraima.

A reportagem Webventure viajou a convite do Sebrae/RR

Para acessar a trilha do Roraima é necessário se deslocar até a cidade fronteiriça de Santa Helena de Uiaren no país vizinho (a 214 km de Boa Vista) e contratar um guia na aldeia indígena Paray-Tepui, pois os nativos conhecem melhor do que ninguém os caminhos a serem percorridos. A caminhada leva pelo menos cinco dias, mas é possível estender esse período e acampar mais de um dia no alto. Para cruzar a fronteira é necessário ter o carimbo da vacina contra febre amarela na carteira internacional de vacinação.

Pelo caminho encontram-se diversas espécies de plantas, pequenos animais, riachos como obstáculos naturais, rochas e até cristais. Os guias carregam os equipamentos de camping, comida e utensílios de cozinha, enquanto cabe ao viajante levar apenas sua mochila e muita disposição para encarar momentos adversos.

Muitos dizem tratar-se de uma caminhada espiritual, uma verdadeira reflexão sobre o sentido da vida. Aos poucos o ar começa a se tornar frio, a respiração é dificultada pelo oxigênio cada vez mais escasso e já é possível avistar cachoeiras, mata virgem e sentir a presença de Makunaima.

Cume – No topo, as nuvens compõem a paisagem, uma névoa cria um ar de mistério, as rochas esculpidas pela mãe natureza ganham formatos diversos e não há como negar que por ali existe uma grande fonte de energia. Há diversos locais que podem ser visitados por lá, como o marco das três fronteiras, o Lago Gladys, o Vale dos Cristais, a Proa e os chamados Hotéis

Na hora de iniciar a volta, a saudade já começa a apertar e o retorno próximo passa a fazer parte dos planos. Para quem quiser encurtar o caminho até o topo, pode contratar um voo de helicóptero em Santa Helena e descer diretamente no alto, um passeio que dura cerca de 1h30.

Assista no vídeo ao Luciano Alvarenga dos Santos, o Lula, contando algumas lendas sobre Makunaima e sobre o Monte Roraima.

Este texto foi escrito por: Alexandre Koda

Last modified: novembro 30, 2009

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