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Montecristo leva nova tripulação e amizade para a Semana de Vela


Montecristo corre pela ORC Internacional 500 (foto: Lilian El Maerrawi/ www.webventure.com.br)

Direto de Ilhabela (SP) – A 35ª Rolex Ilhabela Sailing Week vem surpreendendo muitos velejadores e participantes do evento, que acompanham e correm as regatas desde o último domingo (6) no Yatch Club de Ilhabela, no litoral norte de São Paulo. Alguns se surpreendem com as conquistas, como Eduardo Souza Ramos, comandante do Mitsubishi Motors/ Gol, seis vezes fita azul, outros com a grande estrutura do maior evento de vela da América Latina, como Robert Scheidt que, de passagem pelo evento, disse ter crescido muito nos últimos anos, e que conta com 190 embarcações, e alguns se surpreendem com o alto nível técnico apresentado por muitos desses barcos.

Julio Cechetto, comandante do Timberland/ Montecristo é um dos que concordam que nesse ano, a Semana de Vela de Ilhabela está com o nível técnico mais alto entre as embarcações das diversas categorias.

“É o segundo ano que corremos com esse barco e chamamos alguns nomes da vela para fazer parte da nossa tripulação, como o Fábio e o Marcelinho”, disse Cechetto sobre Fábio Bodra, timoneiro, e Marcelo Belotti, tático do barco.

O comandante explica que em 2008, o Timberland/ Montecristo tem dez pessoas na tripulação, e que até o ano passado eram seis pessoas. “Esse ano precisamos deste complemento e conseguimos mais algumas pessoas para correr conosco. No passado a tripulação era menor e não tivemos resultados expressivos. Além disso, os componentes desta edição são mais treinados, mais conhecedores do barco”, comentou.

Julio explica ainda que há uma diferença entre seu barco e o dos concorrentes, que é o fato do Timberland/ Montecristo não ser um barco de corrida somente, um racer puro, e tem um apelo de cruzeiro, porém com um casco rápido. É um “cruiser racer”, como chamam.

Eduardo Cardoso, um dos tripulantes ressalta que o Timberland/ Montecristo chama muita atenção dos velejadores, que buscam fazer parte da tripulação. “O barco agora é muito visado, disputado. Estamos em formação para algumas regatas deste ano e também para a Semana de Vela do ano que vem”. O comandante afirma que a entrada do patrocínio da Timberland é um grande avanço para a equipe. “Pode ser um patrocínio para toda a vida e é muito importante para nós porque viabiliza uma série de coisas necessárias no esporte”, comentou.

Mas mesmo o barco sendo novo e alguns tripulantes serem recém-chegados a ele, Julio veleja há doze anos com três integrantes do Montecristo: Eduardo Cardoso, Zequinha e Alexandre Wissenbach. E juntos, têm muitas histórias para contar.

Cada um lembra de um fato histórico e memorável passado em uma velejada, seja dela dificuldade ou risco, seja pela alegria de alguma conquista. O comandante Julio Cechetto relembra uma regata de Alcatrazes executada por ele e sua tripulação durante uma das Semanas de Vela de Ilhabela em que o barco perdeu o leme.

“É um pouco preocupante perder o leme de um barco, não?!”, disse rindo. “Mas nos safamos porque o barco tem um motor de popa e conseguimos retornar com o auxílio desse motor”, relembrou o comandante. Ele ainda comentou que quando corria com um barco menor, de 32 pés, a aventura era bem maior e ele e sua tripulação chegaram a perder quilha, leme e até o mastro durante as regatas.

Já Eduardo prefere lembrar das medalhas que ganhou ao lado dos amigos. Experiente velejador, ele já saiu da Europa, a bordo do Cisne Branco, e veio para o Brasil.

“Quando tinha o Grand Prix, antigamente na Semana de Vela, era disputado pelos barcos de classe, na segunda e terça-feira, e tínhamos o barco Fetiche, que também era do Julio, e sempre subíamos no pódio para receber medalha com esse LC30. Era uma situação bem agradável”, contou Cardoso.

Mas Alexandre Wissenbach pode não ter somente as lembranças boas nesses anos todos que veleja. Proeiro do barco, ele afirma que sua posição é o alvo da tripulação, já que um erro de manobra demanda muito tempo para ser corrigido. “Mas eu particularmente gosto de trabalhar nessa posição, tem muita atividade”, contou.

Ele relembra quando velejava com Eduardo Cardoso e Julio Labandeira, diretor do Yatch Club de Olivos, da Argentina. “Ele é uma pessoa bem espontânea, que fala muito, que reclama muito, que dá bastante bronca, então nessa regata eu aprendi muito com ele, mas foi uma das regatas que fiquei com a orelha mais vermelha”, disse Wissenbach.

Alexandre garante que na vela não há maiores implicâncias fora das regatas. Ele explica que por mais stress que a tripulação tenha durante as provas, quando elas acabam, tudo é esquecido.

“Um exemplo disso é que já corremos uma regata com três brasileiros, com a camisa da nossa seleção, e três argentinos, com a camisa da seleção deles”, completou Cechetto.

Este texto foi escrito por: Lilian El Maerrawi