O cancelamento da etapa noturna para as motos foi a principal novidade no segundo briefing do Rally dos Sertões, realizado ontem no Teatro de Medicina da USP, em São Paulo, com transmissão ao vivo pela Webventure. Marcos Ermírio de Moraes, proprietário da Dunas Race e organizador da prova, revelou que recebeu ontem um comunicado da Confederação Brasileira de Automobilismo proibindo por motivos de segurança que as motos façam a especial do dia 14 de julho, entre Santuário São Miguel e Cabeceira da Mata, em Minas, que acontecerá à noite. “É uma pena, a gente está preparando a sinalização com tochas, que vai dar um visual incrível na prova”, conta Moraes.
Para Juca Bala, um dos favoritos ao título deste ano nas motos, a notícia foi um misto de decepção e alívio. “Eu gostaria de ter essa experiência, mas também acho que é muito perigoso, por melhor que seja o farol da moto, poderia não ser suficiente”, opina. Neste ano Juca vai trocar o modelo rally da KTM pelo enduro. “Fizemos isso porque a moto será mais leve.”
Outra novidade do briefing foi a menor tolerância com quem abusar da velocidade nos trechos de radar. “Se um piloto for pego pelo radar, receberá uma advertência na primeira vez e, na segunda, já será desclassificado”, avisou Moraes. Antes, o limite eram três advertências. Os trechos de radar, assim como os limites de velocidade – que devem variar entre 30 e 60km/h, estarão marcados na planilha durante as especiais. O equipamento não vai estar à vista.
Mudança – Moraes também explicou o porquê da mudança de percurso, trocando a passagem por Diamantina pela cidade de Pirapora, em Minas. “A distância até as cidades é semelhante e, com a mudança, ganharemos uma especial de 176km. Além disso, a região de Diamantina vive da exploração do carvão e passam muitos caminhões carregados pela estrada, o que representa perigo principalmente para os quadriciclos.”
Segundo o organizador, pela primeira vez uma mesma especial será feita duas vezes nos Sertões, em Cabeceira da Mata (MG). A estréia será no dia 14 e, no dia seguinte, os pilotos voltam ao mesmo trecho.
Mas a especial que deve definir os Sertões, segundo Moraes, é a do Jalapão (TO), a mais longa de todas, com 500km. “A estrada está bem judiada e há uma série de dificuldades como areião, os capins que entram no radiador e podem provocar um incêndio – como no ano passado, e a falta de referências no GPS”, enumerou. “Calculo que o trecho será feito em oito horas, alguns pilotos podem só terminar à noite.”
Agenda – O último briefing dos Sertões acontece no próximo dia 4, também na Medicina, em São Paulo. Um dia antes está marcada a primeira vistoria técnica, no Pacaembu. A segunda vistoria será na véspera da largada promocional, dia 8, no mesmo local.
Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira