Os paulistas Adriana Nascimento, Márcio Ravelli e Ivandir de Souza embarcam hoje para Winnipeg (Canadá) como representantes brasileiros do único esporte de aventura nos Jogos Pan-Americanos, o mountain bike. Esporte olímpico desde Barcelona’92, o mountain tem a companhia da canoagem slalom (descida de corredeira) nas Olimpíadas, mas a segunda modalidade ficou fora do Pan.
O trio de bikers só quer apagar a imagem ruim que ficou depois do fracasso no Pan da Colômbia que valia vaga para as Olimpíadas de Sydney/2.000. “Todo mundo ficou muito decepcionado, foi um tal de bicicleta quebrada que não teve jeito. Mas sabemos que em Winnipeg o nível vai ser tão ou mais difícil”, explica Adriana. Primeira e única mulher a representar o Brasil no mountain bike, ela é realista. “Vamos lutar pelo bronze. Não podemos passar disso num torneio que tem os americanos e os canadenses, donos da casa.”
O circuito – O Pan começa nesta Sexta-feira, mas as provas do mountain só acontecem no dia 2 de agosto, na Birch Ski Area, a 60km da vila dos atletas, na área rural de Manitoba. O local tem sido usado para provas de esqui e mountain bike há mais de 20 anos. O percurso será de aproximadamente 7km, numa região é caracterizada por colinas e terreno irregular, incluindo pontes de madeira, descensos, trilhas e áreas abertas. As elevações podem chegar a 244m, segundo informa a organização do Pan.
Os brasileiros não receberam informações sobre o circuito, mas terão tempo para adaptação. Os planos eram participar de duas etapas da Copa do Mundo cross country em junho, para fazê-los se acostumar ainda mais ao alto nível internacional. “Mas não tivemos patrocínio para isso. Sem verba, não dá para evoluir”, observa Adriana.
Sobre a vaga para Sydney, a biker reconhece que é quase impossível. “O único campeonato que dava vaga diretamente era o Pan da Colômbia. Agora só pelo ranking mundial. Se eu ganhar o campeonato Mundial, em setembro, quem sabe…”
Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira
Last modified: julho 21, 1999
