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Mulheres na EMA: sexo frágil? Que nada…

Redação Webventure/ Outros

Carmem  a mulher de ferro (foto: Lígia Nunes)
Carmem a mulher de ferro (foto: Lígia Nunes)

Quase ao final da maior corrida de aventura do Brasil, os nervos estavam à flor da pele. Mas uma surpresa tornou a EMA ainda mais emocionante: as mulheres. Alyson Denk, de 29 anos, da equipe campeã Epinephrine, mostrou-se raçuda, corajosa e não fica atrás dos homens quando o assunto é rafting. Ela chegava “morta”, lutando contra assaduras, aos Postos de Controle. Mas em poucos minutos estava pronta enfrentar a próxima batalha.

Como é tendência nas corridas de aventura, a Expedição Mata Atlântica exige que todas as equipes tenham pelo menos um integrante do sexo feminino. Na edição 2000, mesmo as meninas quem não brigavam pelo título, esbanjaram determinação. Viviane Araújo, da TAM que desistiu no PC18/AT3 , bem que tentou continuar e animar os companheiros. Até pedalou a bicicleta do parceiro, o alpinista Waldemar Niclevicz, que era mais pesada que a sua, mas não teve jeito. Como é aquele ditado mesmo? Uma por todos e todos por um. Não, não… um por todos e todos por um.

Cabeça erguida – As atletas da Athena, único time feminino, seguiram muito bem até o PC18, mas foram pegas pelos pés. Não agüentaram os machucados e bolhas. “ O ano que vem tem mais”, promete Silvia Guimarães,a Shubby, que há apenas dois meses encarou o Eco-Challenge, na Malásia, pela equipe EMA/Brasil. A mineira Rosana Schiavon, da Brasil 500 Anos, também soube reconhecer que não era possível seguir, mas chegou ao acampamento de apoio de cabeça erguida.

Considerada “a mulher de ferro” das corridas de aventura no Brasil, a carioca Carmem Lúcia da Silva, do High Adventure Team, surpreendeu a todos na chegada do PC24, início da canoagem. Aos 34 anos, inteirona”, não perdeu tempo: trocou de roupa, colocou o colete salva-vidas e mandou brasa. Ela foi companheira de Shubby no Eco-Challenge, mas demonstrou fôlego totalmente renovado.

Quando eles precisam de ajuda – Aquela conversa de sexo frágil é pura balela. Quer ver só? Um acontecimento marcante me fez olhar de maneira diferente para os homens que participam dessa prova de resistência física e mental. Não é o sexo que determina a fragilidade. César Marassi, também do H.A.T. chegou com as parceiras, Carmem e Gisele Volpi, carregado. Estava muito fraco, até caiu no chão. De repente começou a chorar compulsivamente e parecia estar carregando um peso muito grande. Estava mesmo. Havia perdido o mapa da equipe.

“A gente vai no sentimento”, conformou-se Carmen. Mas arriscar se perder no rio Paraibuna era tolice. A organização forneceu um novo mapa e eles foram penalizados em duas horas. No PC26, outra surpresa. O mapa foi achado por um motoqueiro. Marcelo Lopes, da equipe de apoio, que passava no local na mesma hora, teve de pagar R$ 25,00 por ele porque o motoqueiro queria levar o plástico…

Psicologicamente a EMA 2000 foi uma prova que testou os limites de cada um. Você deve estar perguntando: o que sobrou para os homens? Eu respondo: aplausos. Seguraram a barra e entenderam a desistência das mulheres quando não suportavam mais a dor e o cansaço e, nos casos de sucesso, demonstraram que elas podem fazer a diferença. A Epinephrine que o diga.

A Webventure realiza a cobertura on line e oficial da EMA 2000 com apoio de Ford, Timberland e By.

Este texto foi escrito por: Lígia Nunes

Last modified: outubro 28, 2000

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