Cheias de vontade de conquistar o mundo e conhecer novas culturas, as mulheres estão cada vez mais viajando sozinhas ou entre amigas. Uma pesquisa do Ministério do Turismo mostrou no início deste ano que uma a cada sete planeja fazer uma viagem sozinha, em 2017. Apesar da vontade, muitas ficam apenas nos planos, a maioria das mulheres ainda tem receio, pela insegurança, medo de não conseguir se comunicar e até mesmo pela cultura predominantemente machista no mundo. Mas quem já foi sabe que o mais legal é justamente isso: enfrentar os medos.
Se você é daquelas que já pensou em fazer uma viagem assim e só precisa daquele empurrãozinho para te encorajar, dá uma olhada na história da Juliana de Oliveira Ribeiro e nas dicas que ela deu para quem ir seja para o estado vizinho ou fazer a volta ao mundo.
A primeira vez que viajei sozinha para fora do país foi com uma amiga, nós passamos por 18 países em oito meses, só nós duas, foi uma verdadeira volta ao mundo.
Família e planejamento
Nossas famílias nos apoiaram, apesar do choque inicial, porque tanto eu quanto minha amiga deixamos nossos empregos e tudo de lado para viajar. No início foi um susto, mas depois eles entenderam que a gente queria aproveitar a vida e que não estávamos mais satisfeitas com isso, de ficar trancada em um escritório oito horas por dia, estávamos em busca de algo mais. Entre nossa decisão e o início da viagem foram quatro meses de planejamento, buscando seguro viagem, tomar vacinas e tudo que tínhamos que fazer antes de pôr o pé na estrada.
Medos
Antes de viajar eu tinha vários medos: de não dar certo, de me perder, de não conseguir me comunicar em diversas línguas diferentes, mas no fim deu tudo certo, ao longo da viagem você vai superando.
Uma coisa que nós duas nos surpreendemos bastante foi em relação à segurança, porque o Brasil é muito perigoso e quando você vai para fora dá para sentir essa diferença. Em Los Angeles, por exemplo, nós íamos fazer compra às duas horas da manhã e sempre foi super tranquilo, mesmo em países do sudeste asiático, Vietnã, Camboja, Laos, também muito seguros, claro que tem que ficar atenta, mas a gente saía a noite e não se sentia coagida ou ameaçada de nenhuma forma.
Aprendizados
Nós passamos por alguns apuros na Índia, porque é um país muito machista, você tem a sensação de ter muita gente querendo aplicar golpes, foi meio complicado. Tem que ficar um pouco ligada nessa questão, principalmente em situações de cobrar algo mais caro pelo fato de ser mulher. Então a gente tentava sempre negociar o preço antes, quando íamos pegar táxi ou algum veículo local, por exemplo.
Dicas da Juliana
– Prefira sempre chegar e sair de uma cidade durante o dia
Parece uma coisa óbvia, mas quando escolhemos os vôos estávamos preocupadas em dormir no avião e aproveitar o máximo do dia, mas a funcionária que emitiu nossas passagens, mudou vários horários sabendo que iríamos para lugares “perigosos” como Índia e Egito, por exemplo.
– Desconfie de muita generosidade sem razão
Uma coisa é você estar em um hostel e os funcionários serem gentis, outra coisa é você estar andando na rua e surgirem pessoas estranhamente gentis, querendo se aproximar.
– Ouça sua intuição
Às vezes por sermos muito racionais tentamos avaliar um acontecimento sempre dessa forma e assim acabamos deixando nossa intuição de lado. O que recomendo é tentar baixar a racionalidade e sentir alguma situação de perigo, mulheres são mais intuitivas que homens então temos que usar isso a nosso favor.
– Pesquisar muito!
É fundamental saber sobre o local, ler relatos, blogs, sites especializados, conversar com quem já foi. E chegando no destino procurar informações com várias pessoas, nunca acredite na primeira coisa que lhe dizem.
– Redobrar a tenção no transporte
Nunca entrar em um táxi que tenha outro homem além do motorista, aconteceu conosco na Índia saindo do aeroporto, foi uma experiência bem estressante, mas no fim saímos ilesas. Você deve escolher o meio mais seguro possível.
Blog
Nossa página no Face surgiu de tanto a gente comentar com as pessoas que queríamos fazer essa viagem e todo mundo queria acompanhar, aí fizemos a página Mochileiras de 1ª que foi crescendo e lá a gente posta as fotos e o que acontece nas nossas aventuras.
Duas coisas interessantes que vieram com a página foram: a reaproximação com alguns amigos com quem já não tínhamos tanto contato e foram chamando a gente para ir para casa deles, então a gente conseguiu umas hospedagens mais baratas e algumas grátis. Além disso, a inspiração que é para algumas mulheres, hoje 90% das nossas curtidas é do público feminino.
Qual vai ser a próxima?
Nós temos vários planos de outras viagens, como fazer uma volta ao mundo de Kombi, mas por enquanto nada concreto, vontade de viajar é o que não falta!
Este texto foi escrito por: Carolina Abrantes
Last modified: fevereiro 17, 2017