Comunicação, relacionamento e cortesia são ferramentas que fazem parte do dia a dia de qualquer empresa. Como comento em minhas palestras, num mundo globalizado, competitivo, cheio de novidades, tecnologia e mudanças cada vez mais rápidas, acabamos negligenciando partes simples mas que deixam de ser importantes. Muito pelo contrário. Fazem parte do básico, que precisa ser muito bem feito.
Neste mundo do rally elas estão na pauta diária. No esporte o resultado é transparente e imediato, ou seja, não dá para enrolar ou camuflar. Existem os vencedores e os perdedores.
Quando tudo está dando certo, o vento soprando a favor, tudo é uma maravilha. Mas isso é raro. É muito mais comum um caminho cheio de obstáculos de situações que fogem ao planejamento para se chegar ao degrau mais alto do pódio. E são nestas horas, das pequenas mas repetitivas crises, que o bicho pega.
Basta ver o relacionamento entre piloto e co-piloto. Um acelera e o outro indica o caminho e avisa sobre os perigos. Para não usar aquela velha idéia de que é um casamento, por experiência própria posso afirmar que existe muita cumplicidade e por isso é preciso haver confiança. Eu sou piloto, mas como posso acelerar se não acredito no caminho que o Lourival Roldan está me indicando? Ou, por outro lado, como ele pode se concentrar se ficar com medo da maneira como estou guiando?
Como em qualquer equipe, acontecem os erros. E aí aquelas três palavrinhas se tornam ainda mais importantes. Estamos numa corrida contra o relógio. O tempo vive nos espremendo. Quando acontece uma dúvida, um erro ou até o imponderável, a pressa se torna inimiga da perfeição.
Certa vez, no Dakar, quando eu corria de moto, ou seja, eu pilotava e navegava ao mesmo tempo (ao menos não tinha ninguém discutindo comigo), minha moto quebrou e o André Azevedo, que estava em outra moto, seguiu sozinho. Veio a tempestade de areia, apagando todos os rastros e transformando o deserto num imenso labirinto.
Segundo o André, a sensação era de pavor. Depois de várias horas andando ao vento, a tempestade deu uma trégua e o André encontrou um nômade no meio do nada. A aproximação foi difícil, pois havia medo dos dois lados, dois seres tão estranhos. E pior: o sujeito falava um dialeto árabe e não dava para entender nada. O André tentou em francês, inglês e português, e nada! Mas raciocinou: Preciso conquistar a amizade deste cara, vou oferecer uma comida, água e falar apenas o nome do lugarejo. Não é que funcionou. O tuaregue ergueu o braço e apontou com a mão uma direção, diferente daquela que o André vinha seguindo. Ele confiou, seguiu o caminho e ainda comemorou aquela noite: foi a primeira etapa em que um brasileiro vencera uma categoria do Rally Paris-Dakar.
O Rally dos Sertões, válido pelo Campeonato Brasileiro de Rally Cross Country, terminará dia 1o de agosto em São Luís, no Maranhão. Ao todo serão 3.825 quilômetros. Teremos outras provas até o final do ano, quando embarco com a equipe Petrobras Lubrax para a nossa 17ª participação consecutiva no Rally Paris-Dakar. Então vou aproveitar para contar tudo o que acontece nestas competições.
Quer saber mais sobre os pilotos e a equipe Petrobras Lubrax? Acesse o site www.parisdakar.com.br ou mande um e-mail para dakar@parisdakar.com.br
Klever Kolberg, 41, é piloto do Mitsubishi da Equipe Petrobras Lubrax
A Equipe Petrobras Lubrax tem patrocínio da Petrobras, Petrobras Distribuidora, Mitsubishi Motors do Brasil, Pirelli, e apoio da Minoica Global Logistics, Banco DaimlerChrysler, Controlsat Monitoramento Via Satélite, Mitsubishi Koala, IBM, Planac Informática, Nera Telecomunicações, Telenor Satellite Services AS, Kaerre, Capacetes Bieffe, Lico Motorsports, Artfix, Sadia, Dakar Promoções, Vista Criações Gráficas, Adventure Gears, Kodak Professional, Mercedes-Benz Caminhões, ZF do Brasil e Behr.
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Este texto foi escrito por: Klever Kolberg
Last modified: julho 29, 2003