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Na Rota do Rally dos Sertões 2003: De filho para pai

Depois de participar de várias provas perigosas, representando o Brasil e a equipe Petrobras Lubrax, como no Rally Paris-Dakar, terminando com ou sem um bom resultado, sempre agradeço a Deus por eu e toda equipe continuarmos inteiros, saudáveis.

Este agradecimento às instituições divinas é uma prática internacional, coisa de família que vem desde que somos pequenos, do exato momento em que nascemos e nossos pais agradecem pela saúde dos filhos.

Outra tradição da antiguidade é seguir a profissão de nossos pais. O meu é advogado, mas desde pequenininho nunca me senti atraído pela profissão. Eu era, e continuo sendo, péssimo em português… Tinha medo da matéria.

Meu pai, por circunstâncias da vida, nunca teve oportunidade de desenvolver uma carreira esportiva, mas ele era fã da velocidade. Eu nasci em Porto Alegre e quando eu tinha três anos meu pai mudou-se para São Paulo. Na mala viemos eu e minha irmã. Minha mãe havia falecido recentemente, vítima de um derrame cerebral.

Desde pequeno ele me levava para assistir as corridas em Interlagos, torci muito pelo Emerson Fittipaldi desde o início da carreira dele. Ainda peguei algumas carreteiras correndo, em circuitos de rua. Aquilo estava mais para um rali do que para uma prova num circuito.

Quando eu tinha oito anos, eu e minha irmã ganhamos um kart, de criança, com motor 4 hp. Foi um sonho. Aliás, chegou a me fazer perder uma noite de sonho. Morava numa casa pequena e o kart ficava guardado debaixo da escada, na sala. Estava tão apaixonado pela máquina que decidi dormir no sofá, ao lado do meu amor. O cheiro da gasolina me intoxicou, literalmente, e passei o final da madrugada vomitando.

Mas meu pai não tinha recursos para dar um impulso maior na minha carreira de piloto, e 15 anos mais tarde, lá estava eu, por conta própria, me aventurando no Rally Paris-Dakar. E agora, invertendo a história, estou levando o velho para participar de nossa equipe no Rally dos Sertões, ficando responsável pela coordenação da ação social da equipe Petrobras Lubrax, a distribuição de 20 toneladas de alimentos.

O Rally dos Sertões é válido pelo Campeonato Brasileiro de Rally Cross Country. Teremos outras provas até o final do ano, quando embarco com a equipe Petrobras Lubrax para a nossa 17ª participação consecutiva no Rally Paris-Dakar. Então vou aproveitar para contar tudo o que acontece nestas competições.

Ajude-me a escrever o próximo artigo. Faça perguntas e envie sugestões para o e-mail dakar@parisdakar e tire suas dúvidas através do site www.parisdakar.com.br

Klever Kolberg, 41, é piloto do Mitsubishi da Equipe Petrobras Lubrax

A Equipe Petrobras Lubrax tem patrocínio da Petrobras, Petrobras Distribuidora, Mitsubishi Motors do Brasil, Pirelli, e apoio da Minoica Global Logistics, Banco DaimlerChrysler, Controlsat Monitoramento Via Satélite, Mitsubishi Koala, IBM, Planac Informática, Nera Telecomunicações, Telenor Satellite Services AS, Kaerre, Capacetes Bieffe, Lico Motorsports, Artfix, Sadia, Dakar Promoções, Vista Criações Gráficas, Adventure Gears, Kodak Professional, Mercedes-Benz Caminhões, ZF do Brasil e Behr.

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Este texto foi escrito por: Klever Kolberg