Na coluna anterior comentei sobre o prato de poeira que estou comendo nesta edição do Rally dos Sertões. Bom, além deste pó que está entrando por todos os lados, também conseguimos progredir na prova, inclusive acabamos de vencer a quarta etapa, entre Alto Paraíso de Goiás e Natividade.
Mas não foi fácil, da 73ª posição, na etapa, não na geral, progredimos para a 21ª, e depois pra a quinta posição, na qual largamos para esta etapa. Largando no bloco da frente, nossa esperança era de andar com menos poeira, mas talvez tenhamos chegado um pouco afoitos e, em poucos quilômetros, já havíamos encostado no concorrente da frente, que me recuso a divulgar o nome, visto que para variar ele foi mais um que não respeitou a regra de “veículo alcançado é veículo ultrapassado”.
Bom, foram 50 km na cola do fulano, berrando no rádio, comendo uma poeira danada e quase enfiando os chifres numas árvores por não ver o que estava na frente. Graças aos santos, neste caso o santo Lourival, meu navegador, que fez um trabalho perfeito, não erramos nada, mesmo voando por instrumentos, e, no erro alheio, conseguimos a milagrosa ultrapassagem.
Foi como chegar ao paraíso, pois a poeira ficou para o passado e começamos a acelerar com visibilidade, a andar no limite, muito mais rápido do que antes, mas, paradoxalmente, com maior segurança. Os 90 km finais da especial ainda reservaram uma emoção diferente; era praticamente uma reta, cruzando várias pontes sabe-se lá em que estado, mas pontes de toras, com grandes lombadas, ou seja, mesmo sem poeira, na velocidade máxima, mal dava para ver o que vinha pela frente. Só para dar uma idéia, neste trecho, nossa média foi de 142 km/h.
Mas tudo teve um final feliz, terminamos o dia comemorando a vitória na etapa. Quer saber mais histórias interessantes de rali? Então nos ajude a escrever a próxima coluna. Faça perguntas, envie sugestões e tire suas dúvidas. Mande um e-mail: parisdakar@parisdakar.com.br
Este texto foi escrito por: Klever Kolberg (arquivo)