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Na Rota do Rally Paris-Dakar 2003: As fronteiras do deserto

Redação Webventure/ Parceiros

Para quem está se preparando para participar do Rally Paris-Dakar, seja como piloto, mecânico ou mesmo como repórter, é quase incompreensível a quantidade de vistos e os documentos necessários para obtê-los. Quando chegamos ao deserto, isso fica ainda mais inexplicável.

Como não existem rios, e se existem estão secos e por vezes chegamos a utiliza-los como verdadeiras pistas, as fronteiras não são naturalmente delimitadas. Em geral atravessamos países imensos. Alguns têm dimensões amazônicas, mas de pequena densidade demográfica. Como o solo é quase 100% improdutivo, são raras as plantações ou criações de animais. Então não existem propriedades ou as conhecidas cercas. Raramente passamos às margens de um vilarejo, onde aparecem alguns muros de pedra.

Então, atravessar uma fronteira pode acontecer sem que você perceba o que está fazendo, ainda mais porque não existem aquelas placas das estradas brasileiras avisando quando se passou de um estado para outro. Nesta edição da prova, por exemplo, atravessamos a fronteira da Tunísia para a Líbia num ponto onde há um verdadeiro triângulo, que é completado pela Argélia.

Para quem vem acelerando neste mar de areia, não há nada que chame a atenção ou que justifique a real delimitação do território. Mas conflitos religiosos e a disputa pelo precioso produto que está no fundo deste solo fazem com que uma das poucas construções esteja justamente às portas de entrada destes imensos desertos. A construção de que estou falando não é uma guarita policial.

Tudo estava organizado e correu como o previsto. Durante a troca de território tivemos de parar e fazer toda a burocracia de aduana, como qualquer viajante o faria, em uma simples barraca. Estava repleta de militares, tanto na saída da Tunísia como da chegada à Líbia. A diferença era o road book, a planilha que recebemos com a descrição do percurso e orientações que devem ser seguidas para acertar o caminho.

Em vez das tradicionais frases “volte sempre” ou “welcome”, havia um imenso sinal de atenção e a seguinte orientação: “Cuidado! Siga a pista marcada no chão. Terreno minado no lado direito”. Digamos, uma bela construção invisível. E o coronel Kadafi não estava nos esperando.

Acompanhe a cobertura do Paris-Dakar pelo site www.parisdakar.com.br

Klever Kolberg, 40, é piloto da Equipe Petrobras Lubrax e participa do rali Paris-Dakar há 15 anos.

A Equipe Petrobras Lubrax tem patrocínio da Petrobras, Petrobras Distribuidora, Mitsubishi Motors do Brasil, Pirelli, e apoio da Controlsat Monitoramento Via Satélite, Minoica Global Logistics, Mitsubishi Brabus, IBM, Planac Informática IBM Business Partner, Nera Telecommunications, Telenor Satellite Services AS, Kaerre, Capacetes Bieffe, Lico Motorsports, Artfix, Sadia, Dakar Promoções, Vista Criações Gráficas, Kodak Professional, Adventure Gears, Mercedes-Benz Caminhões e site Webventure (www.webventure.com.br).

Este texto foi escrito por: Klever Kolberg – Na Líbia

Last modified: janeiro 13, 2003

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