O sonho de todo piloto, mesmo para quem está imaginando em ser um, é a melhor máquina, a mais rápida, a vencedora. Alguns competentes, e porque não dizer felizardos, chegam a esse nível. Só que chegar a este patamar permite acesso a outras experiências, além da perspectiva de sucesso.
Já pensou chegar à F1 e sentar numa Williams ou numa Ferrari? Maravilhoso! Só que a seu lado, como companheiros e ao mesmo tempo adversários, estão Schumacher, Barrichello, Montoya. Será um tremendo comparativo e não dá mais para utilizar aquela famosa desculpa da falta de equipamento, de competitividade. A hora de mostrar a que você veio.
Esta situação ocorre em qualquer categoria. Você luta para chegar lá, mas o prêmio traz na carona o amigo da onça. Nós chegamos lá e estaremos disputando a F1 do rali, o Paris-Dakar, pela primeira vez com uma motocicleta semi-oficial, uma KTM 700. Ao colocar as mãos no guidão desta máquina cresce a responsabilidade, a expectativa e diminui a liberdade para erros.
Lógico que não basta apenas o novo equipamento. O que vem agregado em volta também precisa estar neste padrão, como a manutenção e a troca de peças ou pneus. Tudo é melhor e mais caro. E, sem dúvida, é bom não negligenciar na capacidade do piloto, que também precisa seguir este movimento de superação. Ser campeão na Fórmula 3 nunca foi garantia de sucesso na F1. Infelizmente o mais importante, que é o resultado, só em teoria até aqui é melhor.
O que importa é que chegar à esta posição, sentindo-se confortável ou não, é um grande motivador. O topo do Everest é muito frio, extremamente desagradável, mas ele também é um pólo magnético, que te atrai, consegue extrair o máximo, tudo de você. Não que antes nossa dedicação fosse pequena ou insuficiente, mas chegar lá é ser reconhecido. É um oxigênio adicional.
Este peso não nos fez alterar nossos planos. Desde o início o objetivo continua sendo o mesmo: vencer. Neste caminho é preciso ser ousado e buscar a perfeição. Que o diga Bernardinho, o técnico da seleção de vôlei.
Assim serão nossos dias no deserto: cheios de pressão, de determinação e de orgulho de ser brasileiro. Estamos convictos e apostando nosso maior esforço na rota certa, cientes de que os riscos são enormes, mas é nessa hora que se mede a confiança, atributo necessário para um campeão e que se adquire com a preparação.
Sabemos que esta é uma grande oportunidade e, se for preciso, vamos utilizar unhas e dentes para não deixa-la escapar. Não é brincadeira a responsabilidade de mostrar que os brasileiros são bons em muitas áreas, além de futebol, samba e F1.
A equipe Petrobras Lubrax prepara sua 17ª participação consecutiva no Rally Paris-Dakar. Então vou aproveitar para contar tudo o que acontece nestas competições.
Ajude-me a escrever o próximo artigo. Faça perguntas, envie sugestões e tire suas dúvidas através do site www.parisdakar.com.br
Klever Kolberg, 41, é piloto do Mitsubishi da Equipe Petrobras Lubrax
A Equipe Petrobras Lubrax tem patrocínio da Petrobras, Petrobras Distribuidora, Mitsubishi Motors do Brasil, Pirelli, e apoio da Minoica Global Logistics, Banco DaimlerChrysler, Controlsat Monitoramento Via Satélite, Eurofarma, Planac Informática, Mitsubishi Koala, Mercedes-Benz Caminhões, Nera Telecomunicações, Telenor Satellite Services AS, Kaerre, Capacetes Bieffe, Lico Motorsports, Artfix, Adventure Gears, ZF do Brasil, Behr, Sadia e Dakar Promoções.
Este texto foi escrito por: Klever Kolberg, da Equipe Petrobras Lubrax
Last modified: fevereiro 22, 2017