Nos dias de hoje, em razão da grande popularização do uso do GPS (Global Positioning System), ficou muito mais fácil fazer uma incursão em ambientes naturais. Basta baixar um arquivo de algum site especializado, ou compartilhar de um amigo que já foi ao local, e tudo ok, tudo pronto para a trip.
As bússolas praticamente viraram objeto de museu. Sim, claro, muitos levam uma bússola para a empreitada (muitas delas que trazem um combo de apito, termômetro e outros tantos acessórios duvidosos). Mas saber usar esse instrumento de navegação é outra história.
Outros, ainda, mais estilo Bear Grylls (do seriado de TV do Canal Discovery), recusam-se a levar sequer uma bússola. Afinal, estes equipamentos são para os inexperientes, que não sabem navegar em montanha, ou em região de mata ou floresta, certo?
Ok, então. Mas e se o GPS perder o sinal? Dependendo da qualidade da unidade de GPS, e características geográficas do local, o aparelhinho pode mesmo deixar o aventureiro na roubada, sem sinal. Neste cenário, é provável que o aventureiro saque sua bússola, e vá tentar encontrar os pontos cardeais, ou mesmo azimutar sua rota de fuga.
Brincadeiras de lado, navegação em ambientes naturais é assunto sério.
No meio civil, os praticantes de corrida de aventura, e corrida de orientação, em regra, são os remanescentes desta tribo que navegam na raça, com bastante habilidade, valendo-se de uma bússola (de qualidade), e de uma carta topográfica.
Mas afinal, para que servem estes equipamentos, perguntariam alguns, não é muito mais fácil se orientar no olho em áreas remotas, dispensando equipamentos como GPS e bússola? Fábulas e mitos à parte, não existem pessoas que têm o senso natural de orientação.
Ou pelos menos não existem provas científicas de que humanos possuiriam um sentido inato de orientação, tal quais algumas aves migratórias. Cuja capacidade de seguir determinado rumo é impressionante, apesar deste mecanismo ainda não ser completamente compreendido pela ciência.
O que algumas pessoas podem ter, mesmo que inconscientemente, é uma habilidade muito boa de atenção, e memorização de locais por onde passam.
Nas cidades, temos vários meios de navegação, como as placas com nomes de ruas, e edificações que servem de referência.
Em ambientes naturais, essas placas, por assim dizer, sãos os rios, rochas, cachoeiras, posição do sol, ventos predominantes na região (exemplo: vento catabático na Antártica) e outros pontos de interesse, que servem de referência durante o deslocamento.
Fica a dica, portanto: tome cuidado quando for se aventurar em ambientes naturais. Se possível, leve um GPS, ou pelo menos uma bússola e, claro, pratique antes, para na hora do estresse, ter condições de manusear estes equipamentos.
Preste muita atenção por onde está passando, vire de vez em quando, e memorize alguns aspectos do terreno sob outra perspectiva (que será o mesmo ângulo de quando se estiver retornando).
Essas simples atitudes podem ajudar a evitar que alguém se torne uma vítima, e precise ser resgatada por uma equipe de busca e salvamento.
Este texto foi escrito por: Sergio Netto