O naufráfio Thyatira (foto: Vagner Fernandes)
Em julho de 1896, um navio carregado de explosivos se aproximava de Alagoas, quando um incêndio seguido de explosão dividiu seu casco em dois, pouco depois de sua tripulação se jogar no mar. Era o veleiro inglês Thyatira, que foi encontrado 116 anos depois pelo mergulhador brasileiro Vagner Fernandes, no dia 29 de janeiro deste ano.
Um amigo ajudou um pescador que estava com a rede presa em algumas pedras. Esse pescador então contou que há poucos quilômetros dali havia uns ferros. Fui lá com meu amigo e vimos metade da embarcação, conta Vagner. O mesmo pescador disse que a 200 metros havia outro ponto de enrosco, que era a proa do barco.
Os restos do veleiro de 60 metros estão a 14 quilômetros da foz do Rio São Francisco e a 27 metros de profundidade. Por causa dessa posição, a área recebe um intenso fluxo de sedimentos, que, infelizmente, atrapalham muito a visibilidade para explorá-lo. Se a água está azul, com 15 metros de visibilidade, na área do navio esse valor cai para 2 ou 3 metros, afirma o mergulhador.
O navio é um importante exemplar das embarcações construídas no século 19, com estrutura de madeira e ferro e uma folha de latão. Agora ele abriga muito peixes em extinção. Ali virou um santuário, conta Vagner, que é dono de uma operadora e acha difícil que o Thyatira se transforme em um ponto de mergulho recreativo. Mas só teremos uma ideia melhor no próximo verão. Agora as chuvas estão aumentando na cabeceira dos rios, o que piora a visibilidade.
Este texto foi escrito por: Pedro Sibahi