“Ainda acho que somos pequenos no universo das corridas de aventura, mas certamente não vamos a passeio”. Essa é a promessa de Júlio Pieroni, capitão da EMA Brasil, única equipe que vai representar o país no Eco-Challenge, evento mais famoso de corrida de aventura que começa no próximo dia 20, em Bornéo, ilha da Malásia. O time é um mix de atletas de várias equipes que jamais treinaram juntos. Júlio é o único do time que já participou de uma prova no exterior, o Southern Traverse, na Nova Zelândia. Por isso mesmo o objetivo maior é completar a prova. “Mas não será uma zebra se a gente for muito bem.”
A EMA Brasil foi “criada” quando Júlio e Alexandre Freitas, organizador da EMA, inscreveram uma equipe brasileira neste Eco-Challenge. O primeiro desafio foi o Litoral 2000, em junho, quando o time tinha Júlio, o mineiro Uriel Santiago – que participou dos Eco-Challenge anteriores, Carmem da Silva e Eduardo Coelho. E não foi bem na prova. Os integrantes mudaram para o Raid Brotas Extreme, no mês passado. Uriel teve de desistir por problemas físicos e Sílvia Guimarães, caçula do grupo, com 23 anos, foi chamada. Shubby, como é conhecida, faz parte da Atenah/Pão de Açúcar, formada só por mulheres.
Mais uma vez a então equipe Eco-Challenge não pode comprovar favoritismo. Júlio, gripado, abandonou em Brotas. Coelho, Carmem e Shubby seguiram na prova até o fim. De volta à São Paulo, o desafio era conseguir patrocínio para levantar os cerca de R$ 7 mil por pessoa que serão gastos com a ida a Bornéo. Coelho deixou a equipe e Valdir Pavão, que é bombeiro, o substituiu. A EMA ofereceu uma passagem aérea e deu nome ao time, que finalmente confirmou a ida ao Eco-Challenge.
Uma expedição – Por tanto esforço mesmo antes de entrar na trilha, Júlio espera cumprir o percurso e, quem sabe, melhorar a colocação do Brasil na prova – em 99, a Brazil Adventure Team, de Uriel, foi a 17ª. Diferente das corridas em geral, o Eco não permite equipe de apoio e não há corte de categorias. Quem se atrasa, é eliminado. “Vai mais ser uma expedição, bem diferente do que estamos acostumados. Mas em relação ao clima, acredito que nos sentiremos em casa. A chuva deverá ser o maior obstáculo”, descreve Júlio.
A única lamentação do atleta é não haver outros brasileiros na prova. “É uma pena, pois acredito que devíamos ter mais representantes pela popularidade do esporte aqui. Mas não é fácil arcar com as despesas… a primeira parcela da inscrição, cerca de R$ 4 mil, foi paga em setembro do ano passado, quando todo mundo ainda estava pensando na EMA 99. Foi um período difícil”, narra. “Mas vamos dar o máximo para fazer uma bela prova.”
Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira
Last modified: fevereiro 21, 2017