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Navegação foi decisiva na segunda etapa do Rally por las Pampas


Roma nunca tinha feito uma especial tão dura (foto: Fábia Renata / www.webventure.com.br)

Direto de San Rafael (Argentina) – O segundo dia do Rally por las Pampas, primeira etapa do Mundial de Cross-Country, teve uma das especiais mais longas da nona edição da prova. A caravana largou na manhã desta quinta-feira de Neuquén, com destino a San Rafael, já na península de Mendoza, Argentina.

A prova segue até o dia 16, com chegada em Iquique, no Chile, depois de nove dias de disputas. Nas motos, o mais rápido foi o espanhol Marc Coma (6h58min21s) e nos carros, a dupla campeã do Dakar, Luc Alphand/Gilles Picard (6h51min21s) foi a primeira a terminar a especial.

Para os primeiros brasileiros que chegaram ao parque de apoio na cidade de San Rafael, depois de 653,37 quilômetros de especiais, mais 253,85 de deslocamentos, os pilotos de moto José Hélio (8h11min20s) e Dimas Mattos (08h29min46s), da ASW Rally Team, consideraram a etapa uma das mais difíceis que já fizeram.

“Apesar de cansativa, a trilha estava ótima, muito técnica. Quem não sabe navegar vai ficar no meio do caminho hoje. A pior parte foi na montanha. Subimos até quase três mil metros de altitude, onde o consumo da moto dobra. Tive que tirar a mão para o combustível não acabar e andei quase 40 quilômetros com o ponteiro na reserva”, disse Zé Hélio. “No final comecei a pedir pelo amor de Deus para chegar logo o fim da trilha”, brincou o piloto campeão do Rally do Sertões.

Numa especial tão dura, se perder é a coisa mais natural. “Hoje ganhou quem se perdeu menos. Apesar de ter me perdido duas vezes, a prova foi tranqüila, estabeleci um ritmo do começo ao fim, para não cansar muito. Estou contente por ter conseguido terminar mais uma etapa”, disse Dimas Mattos.

Foi assim que Joan Roma (6h53min41s), piloto da equipe oficial da Mitsubishi européia, classificou o segundo dia do Rally por las Pampas. “Nem no Dakar fiz uma especial tão dura”, revelou o competidor espanhol, que terminou o dia em segundo, atrás de seu principal adversário e companheiro de equipe, Luc Alphand.

Para Guilherme Spinelli (7h41min15s), que corre com o navegador Marcelo Vívolo, primeiros brasileiros na classificação do dia, ficar mais de sete horas dentro de um carro não é fácil. “Agora quando voltar para o Brasil, as especiais do Rally dos Sertões não parecerão tão duras. A vez que fiquei mais tempo dentro do carro foi na especial de 500 quilômetros no Deserto do Jalapão, em 2000”, revelou o atual campeão brasileiro de cross-country.

Estradas de areia, planícies com montanhas ao fundo, depressões, curvas, retas longas. Os competidores enfrentaram de tudo no segundo trecho cronometrado da única etapa sul-americana do Mundial de Cross-Country. “Fomos muito cautelosos hoje, para evitar problemas. A L200 resistiu bem e continuamos com nosso objetivo que é de conhecer os carros da Mitsubishi européia e terminar a prova”, disse Spinelli.

Nesta sexta-feira a caravana segue para Mendoza. Os competidores enfrentarão 582,20 quilômetros no total, sendo 307,10 quilômetros de especiais, até a última cidade-sede argentina. No sábado, cruzarão a Cordilheira dos Andes, com chegada em Santiago.

Este texto foi escrito por: Fábia Renata