Após a primeira etapa do Rally dos Sertões entre Franca e Patos de Minas Jean Azevedo mata a fome com um sanduíche (foto: Bruno Doro)
A Serra da Canastra realmente guarda seus mistérios. No ano passado, o que mais impressionou na especial do Rally dos Sertões disputada na região foram as pedras. Nesse ano, além das pedras, a Canastra mostrou mais uma de suas faces desafiadoras: a dificuldade de navegação. A maior constante da primeira especial foi o grande número de bifurcações e encruzilhadas, que acabaram fazendo a vida dos pilotos muito mais difícil. Nem mesmo os mais experientes, como o português Paulo Marques, escaparam. Dei uma perdidela e devo ter gastado uns 30 segundos para reencontrar o caminho correto, lembra o piloto, que foi o mais rápido do dia.
Para Juca Bala, que já venceu por duas vezes o Rally dos Sertões, a primeira especial foi traiçoeira. Eu não me perdi, mas não vou me surpreender se muita gente estiver perdida lá dentro, apostou, logo após sua chegada a Pato de Minas, local onde o Rally passou sua segunda noite. Eram muitas divisões, bifurcações no caminho, explicou.
Já Moara Sacilotti preferiu condenar a planilha pelas dificuldades encontradas. Segundo ela, algumas das referências da trilha não estavam na distância marcada pela organização. Além disso, as planilhas estão cheias de referências muito próximas uma às outras, o que acaba dificultada a navegação. Apesar da opinião da moça, o paulistano José Hélio, campeão do Sertões em 1999, aprovou as planilhas. As pessoas que fizeram são muito detalhistas, elogiou.
Outro fator que também causou problemas aos pilotos foi a trepidação durante a especial. Jean Azevedo, que terminou a especial em segundo lugar, teve problemas em seu roadbook, um aparelho onde os pilotos colocam as planilhas. No décimo km, meu roadbook parou de funcionar e tive de fazer tudo no manual, perdendo tempo, reclamou. O campeão da etapa, Paulo Marques, foi outro que teve problemas com seu roadbook. A planilha começou a subir sem que eu apertasse qualquer botão, falou.
Este texto foi escrito por: Bruno Doro