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Niamey (Níger) não vai deixar saudades ao Dakar

Waw El Kebir (Líbia) – Sair do Níger trouxe um alívio generalizado. Nunca havíamos sido tão mal tratados desde o começo do rali. O hotel onde ficamos hospedados da rede Sofitel, caríssimo, com um serviço péssimo, cobrava como um seis estrelas com o atendimento de um zero estrela. Imagine pagar R$ 7,00 por uma cerveja e R$ 10,00 por uma água? Isso porque você já teve que pagar antes de comer, e a cada bebida pedida todos eram obrigados a pagar com dinheiro durante uma refeição?

O sol no Níger não brilha nunca por causa da poeira, e em todos os dias em que estivemos lá, não conseguimos ver as estrelas durante a noite pelo mesmo motivo. Educação não existe. No hotel éramos tratados como ladrões ou trambiqueiros. A desconfiança era generalizada, a ponto de trancarem os quartos com nossas bagagens dentro depois de termos gasto cerca de cinco mil dólares. Os funcionários gritam com os hóspedes. Eles odeiam os brancos e franceses, com isso acham que somos todos franceses. Não conseguimos entender como uma rede como esta pode ter um atendimento tão ruim.

Na hora da partido o alívio foi realmente geral.

Chegamos hoje à uma base militar em Waw El Kebir na Líbia. Os competidores receberam seus veículos em Sabha e fizeram uma especial de 140 km de areia até o momento só as motos chegaram. Nesta base militar ninguém entra e ninguém sai, por toda a volta são dunas de areia, estamos no meio do deserto finalmente. Amanhã é que realmente recomeçam as grandes especiais, serão 4 km de deslocamento e 661 km de especial entre Waw El Kebir e Waha ainda na Líbia.

Na verdade não temos recebido muitas informações pois a imprensa fica completamente isolada no acampamento durante a realização das Especiais. As informações vem mais de fora do que dentro da prova. Ficamos todos ansiosos por notícias que demoram a chegar. No acampamento hoje a única coisa que foi possível ver foram os aviões subindo e descendo o tempo todo, uma vez que o acampamento é no aeroporto. Muitos líbios nos vigiando e alguns aventureiros italianos que estão fazendo o deserto de moto por conta própria.

Este texto foi escrito por: Simone Palladino