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Niclevicz diz que provas “estão à disposição de quem quiser”


Quem acusa tem que provar. Meu arquivo está à disposição diz Niclevicz. (foto: Luciana de Oliveira / Webventure)

Para algumas pessoas, a volta do alpinista Waldemar Niclevicz foi bastante aguardada. Não pelo fato de que ele retornaria de uma expedição ao Everest e ao Lhotse. Mas porque, semanas antes de embarcar para ela, Niclevicz viu alguns de seus principais feitos, entre eles o K2 e o McKinley, serem questionados em reportagem num semanário nacional, a revista Época.

Na entrevista coletiva que ele realizou dias antes da viagem, ao invés de comentar como seria a tentativa de dois cumes, o alpinista teve de se defender de acusações e ele mesmo afirma, agora, que “não foi feliz” naquele dia. Chegou a chorar e não mostrou provas, gerando outras reportagens de jornalistas insatisfeitos. Deixou a promessa de que mostraria as provas, em forma de fotos e filmes, na sua volta.

Reencontro com a mídia – Niclevicz e equipe chegaram há uma semana ao Paraná, onde moram. Na semana passada, em São Paulo, o alpinista com maior espaço na mídia do Brasil recebeu a imprensa. Não em forma de coletiva, mas com entrevistas agendadas. “Acredito que assim eu possa dar mais atenção aos jornalistas.”

Na última quinta-feira (24/10), recebeu a reportagem do Webventure. Entregou uma foto do cume do Lhotse, já publicada em seu site oficial (www.niclevicz.com.br), e também trazia consigo, em slide, outras imagens da escalada, também publicadas na página. Conversou sobre os principais momentos da expedição, o bom entrosamento com os companheiros e, inevitavelmente, falou sobre a saída conturbada rumo ao Himalaia.

“Não vou criar a CPI do Waldemar” – “Saí muito triste. Não imaginava me ver numa situação como a daquela coletiva”, lembra. Perguntado se reuniria novamente a imprensa para exibir as provas, ele diz que tudo está à disposição de quem quiser, em sua casa, em Curitiba. “Tenho a consciência tranqüila, tudo o que fiz está relatado. Só desta expedição tenho 1.300 fotos; do K2 são 3 mil slides. Eu não vou ficar exibindo tudo isso, não vou criar a CPI do Waldemar. Mas meu arquivo está à disposição de quem quiser vê-lo. É só me procurarem”, diz.

O alpinista conta ainda que não está tomando cuidados especiais para garantir provas. “Não estou preocupado com isso.” Mas ele vive uma grande expectativa para o lançamento do livro em que promete descrever e ilustrar a escalada do K2. “Acho que vai esclarecer muita coisa, não vejo a hora que seja publicado”, comenta. Ele estima que o livro esteja no mercado no primeiro semestre do ano que vem; “ainda não está definido”.

Prejuízos e solidariedade – Além de terminar o livro, Niclevicz está se dedicando à reversão dos prejuízos que teve com a polêmica sobre seus feitos. “Fiquei magoado e também fui prejudicado. Meus patrocinadores estão assustados. Poderei ter problemas com patrocínio no ano que vem, aliás, já estou tendo”, afirma, na fase em que considera a mais difícil de sua vida, profissionalmente.

Por outro lado, o alpinista diz que tem recebido a solidariedade de outras pessoas. “Muita gente gosta de mim. Mas aprendi a perceber quem é e quem não é meu amigo. E quem acusa, tem que provar”, resume. Niclevicz diz que a receita da chamada reversão é buscar espaço na mídia para comentar a expedição e, principalmente, trabalhar. “Não vou sumir do mapa por causa disso. Vou continuar escalando, criando os meus projetos. Lamento as pessoas que duvidam, peço que não duvidem. Sempre tive boa intenção como alpinista e como pessoa”.

Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira