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Niclevicz e Irivan chegam ao cume do Lhotse

Os escaladores paranaenses Waldemar Niclevicz e Irivan Gustavo Burda colocaram a bandeira brasileira a 8.501 metros, no cume do Lhotse, às 0h40 deste sábado (05/10), no horário de Brasília, depois de sete horas de escalada desde o acampamento 4.

No site da expedição, www.obrasilnoeverest.com.br, eles declararam ter escalado com duas garrafas de oxigênio cada um. Lhotse é a quarta maior montanha do mundo e é considerada a “irmã menor” do Everest, a mais alta de todas. Segundo o grupo de escaladores, a subida do Lhotse foi mais técnica do que a do Everest, pois é feita por uma canaleta, com muito gelo firme.

De acordo com informações do site da expedição, o altímetro dos dois alpinistas registrou 8.563 metros, mas expedições estrangeiras que também atingiram o topo anotaram 8.521 e 8.516 metros. É importante lembrar que a altitude oficial é dada apenas por satélites.

“As diferenças de altitude, porém, pouco importam”, comemorou Niclevicz. “O que realmente importa é que a bandeira brasileira tremulou pela primeira vez no cume do Lhotse, comemorando assim o Ano Internacional das Montanhas.”

Avistando o Everest – No período em que ficaram no topo da montanha, admirando, segundo eles, “uma paisagem de infinita beleza”, os dois puderam ver o Everest muito próximo e toda a cadeia de montanhas do Himalaia. A temperatura era de 28 graus negativos. “Quase congelamos, mas não faltou festa. Viva o Brasil!”, comemorou Niclevicz.

Pouco depois da conquista do Lhotse, os brasileiros perderam o contato com o acampamento base, a 5.400 metros, por um motivo relativamente simples: as baterias dos rádios de comunicação de Waldemar e Irivan congelaram.

A emoção que tomou conta dos dois alpinistas contagiou também os outros integrantes da equipe, que se encontravam no acampamento-base. “O sentimento da vitória é algo indescritível para nossa equipe, depois de quase 60 dias se empenhando em um trabalho penoso. Agora nós estamos totalmente gratificados”, disseram.

Desistência – Rajadas de vento que atingiram até 60 quilômetros por hora, muita neve e o esgotamento físico foram relatados pelos brasileiros como o motivo que os fez desistir do objetivo de chegar ao topo do Everest, o que era planejado para ontem. Há dois dias, Niclevicz já havia anunciado a desistência de tentar o cume da maior montanha do mundo sem uso de oxigênio engarrafado, o que era promovido como um dos diferenciais desta escalada.

As últimas horas de Niclevicz e Irivan foram dramáticas no Colo Sul, rumo ao Everest. Eles ficaram com neve até a cintura, com riscos constantes de avalanche. Niclevicz chegou a descrever que Irivan foi arrastado por cerca de 150 metros, escapando por pouco da morte.

Niclevicz e o teresopolitano Mozart Catão são os únicos brasileiros que chegaram até hoje ao topo do mundo, feito que obtiveram em 1995, com uso de oxigênio artificial.

Este texto foi escrito por: Webventure