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Niclevicz no K2 e outras conquistas nas alturas


Niclevicz no K2: conquista brasileira no montanhismo (foto: Divulgação)



Um ano de importantes conquistas. Assim foi 2000 para o montanhismo brasileiro. O maior acontecimento, e que atraiu bastante atenção para o esporte neste ano, foi a escalada do K2, a segunda maior montanha do mundo (8.611m), pelo brasileiro Waldemar Niclevicz, no dia 29 de julho.

Depois de duas tentativas frustradas, Niclevicz transformou-se no primeiro brasileiro a chegar ao topo da chamada “montanha da morte”. Em 1995, ao lado de Mozart Catão, o escalador também foi o primeiro brasileiro no topo do Everest (8.850m) a maior montanha do planeta. No K2, Niclevicz contou com a companhia de dois experientes alpinistas italianos: Abele Blanc e Marco Camandona. Apesar do sucesso, o trio teve alguns problemas como conseqüência da aventura. Camandona teve três dedos congelados e acabou sofrendo amputações.

Para 2001, Niclevicz revelou em primeira mão para o Webventure que irá tentar escalar a Trango Tower, torre de granito com 6.251m, também no Paquistão – uma mistura de escalada em gelo e big wall.

Festa da escalada – O ano em que o Brasil chegou ao topo do K2, porém, já havia começado quente, pelo menos para a escalada esportiva. Foi realizado entre 7 e 23 de abril, no Rio de Janeiro, o Rope Show – com cobertura on line do Webventure. Foram três campeonatos: o Carioca, o Brasileiro e o Sul-americano, no maior muro artificial construído para este tipo de competição. Estiveram presentes na Cidade Maravilhosa as maiores feras da escalada do Brasil e de outros países, como Chile e Argentina.

A grande campeã do Rope Show foi a paulista Paloma Cardoso, que hoje é uma das Personalidades Webventure. Paloma conseguiu a vitória tanto na etapa do Brasileiro quanto no Sul-americano. Entre os homens, destaque para o panaense Thiago Balem, que foi o terceiro colocado na classificação final do Sul-americano, ficando atrás do argentino Diego Marsellas e do chileno Juan Jose Fernandez. O quarto colocado, outro destaque da competição, foi o brasileiro André Berezóski, o Belezinha.

A segunda etapa do Brasileiro aconteceu nos dias 25 e 26 de novembro no ginásio de escalada Casa de Pedra , em São Paulo, e também contou com a cobertura on line oficial do Webventure. Mais uma vez, Paloma Cardoso foi a primeira colocada, seguida pelo sua irmã Janine. O título no masculino ficou com Belezinha.

Além dos campeonatos de escalada, os principais ginásios do país realizaram, durante todo o ano, festivais de boulder, com o objetivo de divulgar a modalidade.

Conscientização – Estas não foram, porém, as únicas conquistas do montanhismo brasileiro em 2001. Em todo o país, entidades e clubes ligados ao esporte reuniram esforços para um trabalho de maior conscientização e organização. Segurança e conservação dos locais para escalada foram os pontos mais debatidos.

Em São Paulo, o CAP (Clube Alpino Paulista) tornou-se o único brasilerio filiado ao UIAA (União Internacional da Associações de Alpinismo), a entidade máxima do montanhismo no mundo. Os paulistas também criaram em 2000 a Federação Paulista de montanhismo, que teve sua primeira reunião em 28 de outubro.

No sul, foi criada, em Porto Alegre (RS), a Associação Gaúcha de Montanhismo, em mais uma luta pela organização do esporte no país. Na onda, também o canionismo ganhou sua entidade, a Associação Brasileira de canionismo.

Mancada – A grande polêmica ficou por conta de spits colocados indevidamente no complexo da Pedra do Baú, um dos principais pontos de escalada no estado de São Paulo. Uma empresa de turismo de aventura perfurou a rocha do Bauzinho, alterando três vias (EasyLover 7A, Superman 9B e Selivie 8A) de escalada e provocando a ira dos montanhistas, que lutam para que este tipo de ação deixe de ser praticada.

Passo a passo, o montanhismo conseguiu crescer lembrando sempre que é preciso preparo, experiência, acompanhamento correto e a noção de que se trata de um esporte de risco. É para isso que montanhistas do Brasil inteiro estão trabalhando.

Este texto foi escrito por: Débora de Cássia