Próximo passo de Niclevicz é lançar livro sobre o K2. (foto: Luciana de Oliveira / Webventure)
Waldemar Niclevicz está de volta ao Brasil. O alpinista mais conhecido do país acaba de encerrar mais uma expedição, com parte do objetivo cumprido. Sei que não fizemos o Everest, que era o principal objetivo da expedição, mas o Lhotse é a quarta maior do mundo e muito importante porque é mais difícil do que o próprio Everest, afirma, se referindo à sua escalada da montanha vizinha àquela que é a maior do mundo. Juntamente com Irivan Burda, Niclevicz alcançou o cume do Lhotse em 5 de outubro.
Diferente das outras vezes, em que ele reunia a imprensa para explicar a escalada e exibir fotos e vídeo, Niclevicz preferiu receber os jornalistas com entrevistas agendadas. Na última quinta-feira, conversou com a reportagem do Webventure, em São Paulo.
Preferi assim, acho que posso dar mais atenção aos jornalistas. E não fui feliz na coletiva na saída para o Everest, afirma. Às vésperas de embarcar para sua terceira expedição para a maior montanha do mundo, o alpinista viu alguns de seus principais feitos questionados. Saí daqui triste, nunca me imaginei uma situação dessas, completa (leia mais sobre o assunto).
A equipe – Rumo à montanha, as dificuldades continuaram excesso de bagagem, computador com problema após a longa viagem ao acampamento-base… Mas Niclevicz disse que conseguiu superar tudo ao lado da equipe que formou com outros brasileiros, seus conterrâneos do Paraná. Além de Irivan, o time tinha Marcelo Santos (Bonga), Alir Wellner (Mute) e Paulo Souza (Máfia, responsável pela base).
Esta foi a expedição mais descontraída e das mais agradáveis dos últimos tempos. Nosso entrosamento foi muito bom, resume o alpinista, que pretende manter uma equipe com brasileiros para próximos projetos. Ele já tem na mente qual vai ser o do ano que vem mas, como sempre, prefere fazer mistério. Tudo vai depender de patrocínio.
Justificativa – É certo que o Everest não vai ser o próximo objetivo. Não vou ficar insistindo no Everest sem oxigênio. Não tem a ver, existem muitas montanhas por aí, afirma. Ele e o teresopolitano Mozart Catão foram os primeiros brasileiros a chegar ao cume desta montanha, em 1993, pelo lado do Tibet. Neste ano, os brasileiros estavam no lado do Nepal. Não chegamos no alto do Everest porque não tivemos condições. Havia um grande risco de avalanche, muita neve nas encostas. Paciência. Estou satisfeito com esta expedição
O compromisso seguinte, para Niclevicz, é terminar o livro K2, a Montanha da Morte. O cume da segunda maior montanha do mundo, no Paquistão, é um dos feitos de Niclevicz questionados por colegas. O livro vai impressionar muita gente, aposta. Acho que vai esclarecer muita coisa também, não vejo a hora em que seja publicado, encerra. O livro deverá sair no primeiro semestre do ano que vem.
Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira