A palavra trekking nos remete a caminhar, trilhar, andar. A mais remota e conhecida forma de deslocamento desde que o homem ascendeu a qualidade de bípede.
A caminhada em si não faz sentido a não ser que esteja acompanhada de alguma motivação, seja ela física ou psíquica. Podemos ir mais longe e dizer que o ato de caminhar pôr si também pode transcender estas questões e ser uma forma de relaxamento, prazer, convívio com a natureza ou consigo mesmo.
Sendo uma atividade que pode ser praticada pôr qualquer pessoa em qualquer idade (ressalvo feito àqueles que estão há muito tempo sedentários), o trekking é muito acessível financeiramente e muito seguro do ponto de vista físico.Pois bem, vamos lá. Podemos dividir a forma de realizarmos o Trekking em 3 estágios que são os seguintes:
Trekking Leve – É um trekking básico, ou seja, somente caminhada pôr trilhas já demarcadas e pôr um trecho pequeno, poderá ser realizado com um bom par de tênis ou botas de trekking (se possível escolha uma bota de fabricante ligado à ativi-dade de trekking). Um abrigo confortável para os momentos mais frios, ou bermudas e afins para os mais quentes. Um boné e uma mochila pequena (25lts) seriam mais que suficientes para iniciarmos. Um protetor solar e um repelente de insetos além de sua maquina fotográfica bem como sua disposição são bem-vindos.
Na mochila você vai acondicionando todos os seus apetrechos para a caminhada. Acrescente a lista um cantil ou mesmo uma garrafa tipo PET com água. Alguns itens de 1º socorros também são úteis (gaze, merthiolate, água oxi-genada, algodão, band-aid, um anti-ácido e analgésicos).
Trekking Médio – Neste tipo de trekking um pouco mais de preparo e alguns acessórios a mais são necessários. Acrescente a sua mochila uma roupa extra (meias, bermudas, abrigo p/chuva), mais água e alguns alimentos leves. Caso decida fazer um almoço mais elaborado talvez deva pensar em fogareiro, panelas e mais água.
Tenha mais cuidado com os roteiros. Faça-os com cuidado e preste atenção em caminhos que você trilhar. Dê preferência a saídas em grupo.
Ao longo do tempo você começará a se acostumar com árvores, ervas, frutas, maribondos, cobras e toda a sorte de coisas interessantes que a trilha lhe oferecerá. Tome cuidado. Não fique comendo o que não conhece. Cobras são raras e se encontrar alguma deixe que ela siga o caminho dela. Outros animais são bastante difíceis de encontrar e nor-malmente não fazem questão de cruzar com você. Acho que o maior problema são os maribondos, principalmente com o tempo mais quente eles ficam bastante irritados, portanto se avista-los tente passar desapercebido e jamais toque na cachopa deles, são muito comuns em locais com afloramentos e que pegam sol. Mas também podem aparecer no meio do mato.
Neste tipo de trekking, como as distâncias são maiores a necessidade de rehidratação também, pôr isso leve bastante água. Algumas vezes você irá encontrar pequenos nascedouros e pode aproveitar a água para consumo tam-bém. Os medicamentos são para pequenas escoriações comuns para quem caminha em mata mais fechada. Neste caso também vou indicar que opte pôr uma bota de trekking boa, que já tenha se acostumado com ela. Mais uma vez reco-mendo PRESTE MUITA ATENÇÃO NO CAMINHO QUE VOCÊ FEZ!.
Trekking Pesado – Neste tipo de trekking a coisa complica um pouco mais. Nesta opção as trilhas são de muitas horas ou até dias de caminhada. As distâncias são muito maiores e a sua autonomia deverá ser total com relação a segurança, alimentação e subsistência.
Acrescente a sua mochila, ou uma maior, mais roupas (talvez 2 trocas inteiras, material de higiene, calçado ex-tra), material para cozinha, lanternas, fogareiro, barraca, saco de dormir, uma bússola, canivete, boa faca de mato, muita água e disposição. Neste caso os perigos ficam pôr conta de acidentes leves, desidratação e muito raramente animais. Como você estará longe de grandes centros os cuidados serão redobrados.
Minha recomendação para sempre praticar o trekking em grupo, sempre considerar os eventos inesperados do tempo, cuidar do caminho que está fazendo, aceitar a boa hospitalidade das pessoas e sempre pedir autorização se pre-tender cruzar algum campo cercado. Nunca se meta em situações onde a solução dependerá de outros ou de ajuda dis-tante. E principalmente respeite a nossa flora e fauna, aprenda a conservá-las. Assim teremos pôr muito tempo locais belíssimos para apreciar.
Marcos Cidade Ruperti, colaborador da Webventure, é praticante de trekking no sul do Brasil. |
Este texto foi escrito por: Marcos Cidade Ruperti, especial para o Webventure