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No Arena Cross, quem dá show é o público


Negretti voa alto numa das etapas do Arena Cross (foto: Divulgação)

Colecionador de títulos no motocross, Jorge Negretti estréia coluna no Webventure onde vai contar algumas das tantas histórias que viveu na modalidade. Na primeira, destaca “a volta” do público.

Fui convidado a comentar sobre o motocross nesta coluna do Webventure e minha primeira idéia foi falar sobre algo que me emocionou muito numa das minhas últimas corridas no Arena Cross, campeonato em circuito fechado e que acontece com etapas no interior de São Paulo. Foi no último dia 8, em Botucatu. Estava arrumando a moto nos boxes quando vi o público chegando, filas enormes, arquibancada lotada e muita gente em pé no motódromo da cidade para curtir as manobras e a corrida. Faz muito tempo que algo assim não acontece no motocross brasileiro.

Incentivo e resultado – O Arena Cross, realizado por Carlinhos Romagnoli Produções, é um campeonato que vem fazendo história por conquistar o público e conseguir ampla divulgação, inclusive com etapas mostradas na TV (SBT regional e ESPN). Aparecer na TV é um incentivo importantíssimo para a modalidade, atrai cada vez mais público e, quem sabe, praticantes também. A estrutura também é muito boa, tanto é que tem atraído muitos feras como Juca Bala, Rafael Ramos, Eduardo Saçaki.

Saçaki é conhecido como “o Japonês Voador” e foi o campeão no ano passado eu fiquei em segundo lugar. Somos “rivais”, apenas na pista, é claro, e eu precisava fazer uma boa corrida para marcar pontos na etapa (são duas baterias por prova, cada uma vale 20 pontos ao vencedor). Só que Botucatu é a casa do Saçaki, então ele tinha toda a torcida a favor. Mas, pra falar a verdade, no Arena a festa é tão grande que o pessoal torce para todos, quer ver é espetáculo! Não é tipo futebol, que um time é inimigo do outro…

Como nos velhos tempos… – Eu tive a felicidade de vencer as duas baterias, animado pelo público. Me perguntaram se, mesmo correndo, com barulho de moto e capacete, dá pra escutar a vibração. Com certeza! É muita adrenalina passando pra gente… Sinto como se estivéssemos de novo naquela fase incrível do motocross brasileiro, entre os anos de 1986 e 87… Você se lembra?

Naquela época, corria por aqui um norte-americano, o Rodney Smith, que era um grande profissional. A presença dele animou as fábricas de cigarro a patrocinar equipes e campeonatos, o público descobriu a modalidade, lotava as corridas… A estrutura para competidores também era muito boa, houve muito profissionalismo. Foi boom do motocross no país.

Foram bons tempos, depois tudo regrediu outra vez, mas isso já é história para outra coluna… Até lá! Ah, a próxima corrida no Arena será dia 6 de maio, em Areiópolis. Se tiver a oportunidade, não perca!!!

Este texto foi escrito por: Jorge Negretti