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No meio do caminho

Redação Webventure/ Offroad

Como na edição anterior, o Rally Paris-Dakar teve o dia de descanso em Atar, na Mauritânia, para o dia de descanso. Para nós, competidores, foi a oportunidade de fazer uma avaliação antes de decidirmos a estratégia para a segunda parte da prova que promete ser mais intensa e difícil.

No geral, esportivamente falando, os competidores estão cada vez melhor preparados, as máquinas cada vez mais resistentes e performáticas. Prova disso é que a etapa para chegar a Atar teve a travessia de 60 quilômetros de dunas, além de outros 320 de muitas armadilhas e dificuldades. Com tudo isso, apenas 18 veículos abandonaram a prova nesta etapa, frustrando as expectativas até dos menos pessimistas.

Falando da equipe BR Lubrax é natural fazer uma comparação com 2001, quando também tínhamos duas motos, um carro e um caminhão. Começando pelas motos, em 2001 eram duas Honda Falcon Rally 400 cc, pilotadas pelo Juca Bala, que acabou vencendo a categoria, e pelo Jean Azevedo. Agora temos o Juca com a mesma moto e o Luiz Mingione com uma Honda Torando Rally 250 cc. Na chegada a Atar em 2001, o Jean liderava a categoria e o Juca ocupava a vice-liderança.

Neste ano o Juca está em quarto, enquanto que o Luiz lidera sua categoria. Porém, andando muito atrás do Juca, já que sua moto é de menor cilindrada. Inicialmente pode parecer menos, mas não acho, já que o Jean chegou aqui contundido e o dia de descanso não foi suficiente para sua melhora. Ele acabou abandonando a prova em Atar mesmo.

Também falando das motos vale a pena abrir dois parênteses. Um para o próprio Luiz, que está fazendo sua estréia, com uma 250, o que não é fácil. Ele e a moto estão inteiros, isso devido à sua tenacidade e o foco num objetivo claro: chegar a Dakar.

O segundo parêntese é para os outros brasileiros. O Armando Pires segue tranqüilo com sua KTM 660 e o Luiz Azevedo com uma Honda XR 400 já melhorou muito sua colocação que chegou a ser a última devido às horas que ficou parado prestando socorro ao seu companheiro Marcelo Quelho, que quebrou a clavícula e duas costelas e já voltou para casa. Com muita consciência, o Armando e o Luiz seguem firme, também com a ambição de chegar a Dakar.

Vamos aos carros. Em 2001 cheguei a Atar com o mesmo Mitsubishi Pajero Full Diesel liderando minha categoria. Ela mudou e o número de concorrentes cresceu. Aliás, esta é a categoria com mais concorrentes: 47 no total. Agora estamos em terceiro. Mas também me sinto melhor, já que em 2001 chegamos a Atar com vários problemas mecânicos. Durante o ano desenvolvemos o carro e tudo se resolveu. Este ano estamos com um problema nas rodas e no novo controle de pressão dos pneus e isso já me fez parar 11 vezes, tempo que descontado me levaria a liderança. E na Geral melhoramos nossa colocação: 12o. enquanto que em 2001 era 16o.

Nos caminhões, também em 2001 chegamos liderando, aliás perdendo a liderança, já que aqui o caminhão abandonou a prova. O caminhão era um Tatra, mas diferente, já que as mudanças no regulamento nos obrigaram a construir um novo modelo. Desta vez, com um novo caminhão estamos em boa posição e prontos para melhorar.

Isto tudo nos deixa muito felizes e nos faz comemorar o resultado até aqui alcançado. Já percorremos 5938 quilômetros, faltam 3381, mas justamente os mais difíceis e importantes, portanto vamos maneirar na comemoração para manter a concentração.

Até a próxima!

Este texto foi escrito por: Klever Kolberg (arquivo)

Last modified: janeiro 9, 2002

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