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Nova casa… velhos amigos!

Redação Webventure/ Montanhismo

Helena (dir) e Fábio no cume do Tronador. (foto: Arquivo pessoal)
Helena (dir) e Fábio no cume do Tronador. (foto: Arquivo pessoal)

Jornalista, alpinista, balonista… Com a vida intensamente ligada à natureza e os esportes de aventura, Helena Artmann é a nova colunista do Webventure.

Estava há algum tempo querendo inaugurar este espaço aqui no Webventure mas, por motivos que nem sempre sabemos direito quais são, demorei a fazê-lo. Minha relação com estes “novos” parceiros vem desde que dei meus primeiros passos no gelo, lá em janeiro de 1996 Renato Cukier e André Chaco, os criadores do site, foram meus companheiros no começo da minha dura vida gelada.

Estréia no gelo – Eu já escalava em rocha desde 1993, pelo Clube Excursionista Carioca. Aí, de repente, recebi um convite irrecusável pelo inusitado: fazer o curso de escalada em gelo do Clube Alpino Paulista. Fui, né? Fazer o quê? Não que eu quisesse me tornar uma alpinista de verdade. Pelo contrário. Queria era tirar isso logo da cabeça e, assim, iria conhecer aquele ambiente totalmente novo e estranho para mim, aprenderia uma técnica ou outra e desistiria de vez dessa idéia maluca de escalar montanhas geladas…

Doce ilusão. Deu tudo errado. Ou, deu tudo certo! Fui e, no caminho, cruzei com os meninos. Éramos nove alunos ligados em 110 Volts e um instrutor em 220 V. Ou seja, quase morremos de cansaço. Fábio Cascino, o instrutor, não nos deu um segundo de colher de chá. Quando ele desmaiava de sono, dormíamos também exaustos, rezando para o sono dele durar um pouco mais do que o normal Pois, quando ele acordava, todos nós éramos obrigados a acordar também.

Mas vou parar de reclamar de barriga cheia… Fábio foi o melhor instrutor que já tive. O curso de gelo foi um dos momentos mais especiais da minha vida e aprendi tanto e tudo que precisava. Nunca passei vergonha em nenhuma montanha que fui, com os mais diversos alpinistas do mundo todo!

Segundo presente – A experiência foi fascinante e tenho uma saudade imensa destes dez “intensivésimos” dias que passei na Patagônia Argentina, gramponeando e piqueteando no gelo escuro dos Ventisqueros Negros, nas gretas dos glaciares superiores e até no perigoso cume do Monte Tronador o presente de final de curso: meu primeiro cume gelado!

Agora, me preparo para o segundo presente inesquecível que Fábio me dá, desde que nos conhecemos, há dez anos: vou ser monitora no mesmo curso, onde ele será instrutor mais uma vez. De uma coisa eu tenho certeza: aqueles que estarão conosco, tecnicamente, vão sair aptos a escalar qualquer montanha gelada da Terra além, é claro, da vontade de escalar cada uma delas. Não é pouca coisa…

Este texto foi escrito por: Helena Artmann

Last modified: dezembro 18, 2001

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