Martin Gujan e Christof Bischof (foto: Daniel Costa/ www.webventure.com.br)
Direto de Mucugê – Trabalho em equipe fez a diferença na penúltima etapa da Claro Brasil Ride, desta quinta-feira. A prova retornou de Rio de Contas para Mucugê, na Chapada Diamantina, em uma etapa de 132 quilômetros com predominância de estradões de terra batida, poucas subidas e variação extrema de temperatura de um sol discreto até chuva de granizo. Martin Horak e Milan Spolc, da República Tcheca, foram os mais rápidos do dia, seguidos de perto a etapa inteira pelos brasileiros Ricardo Pscheidt e Gilberto Góis, segundos colocados.
Em uma prova com características de ciclismo de estrada, como a etapa de hoje, a cooperação entre as equipes mesmo que rivais é de extrema importância na formação de pelotões, para barrar a ação do vento, que atrapalha o desempenho. Os tchecos terminaram a etapa agradecendo aos brasileiros pela ajuda. Tenho que admitir que a cooperação foi 100%. Ajudou muito, com certeza fomos rápidos desse jeito por causa da cooperação deles, reconhece Spolc.
O tcheco de 52 anos chegou estafado ao final da etapa. Esse dia foi muito duro, mas não muito difícil. Foi longo, com partes planas e vento. Pedalar em grupo fez muita diferença. As subidas para mim foram bastante duras, esses caras são 20 anos mais novos que eu e aceleram muito na subida, admitiu. Ainda assim, a dupla tcheca só garantiu o título da etapa nos últimos metros, em um Sprint final. Foi preciso achar uma força extra dentro de nós e acreditar nela. É muito mais mental que físico, eu estava estafado. Me cansei muito e para amanhã será apenas terminar. Não tenho mais muito o que fazer, adiantou.
Em segundo lugar, os melhores brasileiros na competição, Pscheidt e Góis, que admitiram a marcação nos tchecos, quartos colocados na geral. Nossa briga é para manter o terceiro na geral. Esse é nosso principal objetivo. Vimos que um ciclista da dupla suíça sentiu um pouco, e os tchecos líderes da competição ficaram com eles, marcando, já que a disputa do título está entre os dois. Foi aí que nós e os outros tchecos fizemos uma fuga, viemos revezando até o fim e conseguimos chegar escapados, em segundo. Eles sprintaram no final e mereceram a vitória, contou Pscheidt.
O ciclista compete desde o primeiro dia com problemas de saúde, mas admite ter melhorado durante a competição. Hoje me senti melhor, ainda tive febre de noite, mas durante a prova fui melhorando. Para amanhã será só controlar essa diferença [contra os tchecos] e garantir o terceiro lugar, disse o brasileiro.
Defesa – A briga pelo título geral ficou concentrada no pelotão intermediário na etapa desta quinta-feira. Martin Gujan e Bishop Christof, da Suíça, que largaram com mais de 15 minutos de desvantagem para os tchecos Robert Novak e Kristian Hynek, primeiros colocados, diminuíram o ritmo próximo do quilômetro 40, pois Bishop não sentiu-se bem. Estava morto, desabafou o suíço.
Com isso a dupla líder ficou apenas seguindo os suíços, defendendo a vantagem adquirida nas quatro etapas anteriores. Foi uma etapa de descanso, brincou Kristian em conversa com o brasileiro Edivando de Souza Cruz que desistiu da prova após uma contratura muscular. Seu paceiro, Odair Pereira, foi outro destaque do dia. Correndo sozinho ele terminou a etapa cinco minutos antes dos primeiros colocados. Apesar do ótimo desempenho, por não estar com sua dupla o resultado não é computado.
A etapa desta sexta-feira encerra a primeira edição da Claro Brasil Ride, com 107 quilômetros pelas Gerais de Mucugê, região no topo das grandes montanhas chapadas. O percurso é maioria plano, apenas com as subidas e descidas de serras entre as Gerais, normalmente em single tracks.
Este texto foi escrito por: Daniel Costa
Last modified: novembro 18, 2010