Nas pontas Marco e Torben Grael; André Mirsky (centro) de volta ao Rio compete com a dupla (foto: Daniel Costa/ www.webventure.com.br)
Direto do Rio de Janeiro (RJ) – A vela brasileira vive um momento único de desempenho e exposição. Só para citar os dois maiores destaques, Torben Grael é o maior velejador da história em número de medalhas olímpicas, e Robert Scheidt foi eleito o melhor velejador da atualidade pela Federação Internacional de Vela (Isaf), além de ganhar mais de cem títulos só na classe Laser.
A responsabilidade para as próximas gerações de velejadores brasileiros é grande, e o país começa a apresentar novas caras que vem conseguindo cada vez mais destaque. É o caso de Vitor de Maison, de 19 anos, atual campeão mundial de Snipe na categoria Júnior na prova disputada mês passado no Rio de Janeiro.
Consegu a vitória e foi bom para dar uma motivada, estava andando meio para baixo nos últimos tempos, disse o jovem velejador. No Brasil temos grandes velejadores, o problema é que para se conseguir resultados é preciso patrocínio. A vela é um esporte muito caro, quanto mais nos ajudarem, vamos treinando e nos aperfeiçoando cada vez mais.
Temos vento 365 dias no ano, sol, tudo perfeito para velejar, mas infelizmente não podemos nos dedicar sempre a isso, por falta de patrocínio, disse Maison, que compete a final do Match Race no veleiro de Jordi Calafat, que faz parte da tripulação do Alinghi, equipe suíça que venceu da Americas Cup. É super proveitoso velejar com tripulantes experientes como os do Alinghi, fiquei muito feliz quando recebi o convite. Quanto mais experiência para mim, melhor, concluiu.
Em família – Outro jovem velejador que ganhou destaque na final do Match Race foi Marco Grael, de 16 anos, que compete com o pai, Torben, para a vitória no campeonato. Não contava com a possibilidade de competir aqui, foi uma surpresa. Quando soube foi emocionante, nunca tive essa oportunidade. Já competi de Oceano, mas nunca em uma prova tão grande como essa, disse Marco.
Torben está contente com o desempenho do jovem velejador. Está indo muito bem até agora, vamos ver como vai ser daqui para frente, disse o pai exigente. Até aqui está tudo tranqüilo, tivemos alguns desentendimentos, mas nada demais, contou o garoto.
Marco começou na Optimist e depois dos 15 anos, data limite para a classe, migrou para a Snipe. Ainda não achei uma classe ideal, estou procurando, mas por enquanto vou ficar na Snipe, disse Grael, que participou da seletiva brasileira para o mundial de Tornado e conseguiu o terceiro lugar. O Tornado é um barco mais complicado, é um pouco mais difícil, comentou.
Este texto foi escrito por: Daniel Costa
Last modified: setembro 17, 2005