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Nova lista do Ibama aponta 627 espécies ameaçadas

O Ibama divulgou nesta quinta-feira (12/12) uma nova lista de espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção. Há 627 nesta categoria e ainda outras duas extintas na natureza e nove extintas. No levantamento anterior, feito em 1989, o número de espécies ameaçadas era de 218.

A nova lista foi realizada pela Fundação Biodiversitas em parceria com a Sociedade Brasileira de Zoologia, a Conservation International do Brasil e o Instituto Terra Brasilis. A versão da lista, que contou com a participação de cerca de 200 pesquisadores, torna-se o mais importante instrumento de gestão da fauna ameaçada no Brasil.

A lista deverá orientar o governo, os pesquisadores e as organizações não-governamentais nas ações de conservação nos próximos anos. Divulgado hoje de forma preliminar, o documento será homologado pelo Ibama nas próximas semanas para se tornar a Lista Oficial da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.

As entidades envolvidas no trabalho deste ano acreditam que o aumento do número de espécies ameaçadas seja motivado pelo maior conhecimento científico da fauna selvagem no país. Outros aspectos que contribuíram para o resultado da lista foram: a maior compreensão da dinâmica ecológica dos biomas nacionais; a inclusão na lista de novos grupos como peixes e invertebrados; a elaboração de listas estaduais e a descoberta de novas espécies.

Há ainda os resultantes da ação predatória: destruição de habitat e as pressões provocadas por desmatamentos, queimadas, caça ilegal e captura de animais para o tráfico.

Peixes e aves possuem o maior número de espécies ameaçadas: 165 e 153, respectivamente. O terceiro lugar é ocupado por 93 espécies de insetos.

Entre os animais extintos na natureza estão duas aves, três insetos, um anfíbio, dois moluscos terrestres e duas minhocas. Os insetos são uma formiga e duas libélulas. O anfíbio, é uma perereca, que vivia em florestas próximas a São Paulo. Um dos moluscos terrestres extintos era uma das maiores espécies encontradas no país, chegava a 15 centímetros de comprimento e vivia no interior de São Paulo.

As duas aves extintas são a arara-azul do Sul do país e última vez em 1951 e o maçarico-esquimó. Os dois animais que agora existem apenas em cativeiro são duas aves: a ararinha-azul-de-spix e o mutum-do-nordeste.

Critérios – Para classificar as espécies foram propostas categorias de ameaças baseadas em critérios adotados pela União Mundial para a Natureza (IUCN), referência mundial na elaboração das Red Lists. Esses critérios buscam evidências relacionadas ao tamanho populacional das espécies, a extensão de suas áreas de distribuição, o isolamento ou o declínio de suas populações.

Dessa forma, as espécies foram agrupadas conforme as seguintes categorias:

1) Extinto: o último indivíduo do grupo taxonômico analisado não existe mais;
2) Extinto na natureza: com espécies que sobrevivem apenas em cativeiro ou em populações naturalizadas, ou seja, fora de sua distribuição original;
3) Criticamente em perigo: as espécies classificadas nesta categoria enfrentam um risco imediato de extinção;
4) Em perigo: risco de extinção num futuro próximo;
5) Vulnerável: risco a médio prazo;
6) Quase ameaçadas;
7) Dados insuficientes.

Espécies consideradas “ameaçadas de extinção” situam-se entre os critérios 3 e 5.

Este texto foi escrito por: Webventure