Carrijo levou os neozelandeses à Chapada dos Veadeiros (foto: Alexandre Cappi)
Em busca de desmistificar a capital federal, Brasília (DF), Alexandre Carrijo promove no próximo sábado (18) a 2ª edição do Brasília Multisport, e levará à prova novidades no percurso e nas participações. Nove Estados brasileiros estarão representados na corrida, sendo eles: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Amazonas, Pará, Goiás, Tocantins e Minas Gerais.
Para os atletas, a organização anuncia uma nova modalidade, uma travessia de rio, onde eles terão que correr em meio a pedras soltas, correnteza, passando, inclusive, por uma cachoeira. Todos conhecerão uma Brasília bem selvagem, comentou Carrijo.
Ele destaca que em 2008, os competidores entraram no Rio Paranoá já próximo a usina, onde ele ainda não tem vazão, e que neste ano a travessia dará muita emoção e será o diferencial da prova.
Robin Judkins, organizador do Coast to Coast, prova multisport da Nova Zelândia, há 27 anos, e considerado o nome mais forte da modalidade, Rachel Cashin, terceira colocada na prova de 2007, Jim Robinson e Samuel Clark, vencedor da prova de dois dias deste ano, estarão representando os atletas kiwis em Brasília.
Esta será uma das grandes novidades da prova deste ano, declarou Carrijo. O vencedor da prova ganhará passagem e inscrição para correr o Coast to Coast do ano que vem, e conseguimos isso graças à parceria com o Ministério do Turismo, contou ele, que esteve na prova em fevereiro deste ano, e observou exatamente como tudo acontecia para reproduzir, no Brasil, o que o maior desafio multisport faz na Nova Zelândia.
Alexandre Carrijo conta, inclusive, que a travessia do rio é algo que acontece no Coast to Coast, e por isso a implementação da etapa no Brasília Multisport. Fiz isso para aproximar a minha prova da prova neozelandesa. Quero mostrar a eles (neozelandeses) essas implementações, ter suas opiniões e crescer internacionalmente, fazendo com que o Brasília Multisport seja uma prova que receba muitos estrangeiros nos próximos anos.
Outra semelhança entre as duas provas é a transição da parte urbana à rural. Os competidores têm uma diversidade de percurso bem grande, onde pedalam em asfalto, trilhas, remam em lagos na cidade e rios, em meio a mata, e correm, também, em trilhas e asfalto.
Ainda sobre o percurso, o organizador revela que este ano a prova terá 20 quilômetros a mais de ciclismo, porque antes, carros e bikes andavam muito próximos e isso era perigoso. Agora, os atletas darão a volta no Lago Paranoá e terão uma visão 360º de Brasília.
Determinante – Para Carrijo, o trecho de corrida após a canoagem no rio, que terá 21 quilômetros, será o trecho determinante das primeiras colocações da prova. Ele alerta que os atletas terão de encarar essa corrida após fazerem a travessia do rio e remarem em corredeiras.
Quem se resguardar para esse trecho, estará com uma boa vantagem sob os outros. Será um percurso em que eles enfrentarão o clima seco do cerrado, muito cascalho, subidas e descidas, declarou. Em 2008, Guilherme Pahl, segundo colocado na solo, entrou neste percurso com vantagem de 12 minutos, na primeira colocação, e saiu dele com desvantagem de dois minutos, para Alexandre Manzan, o campeão.
E para os que participaram da primeira edição do Brasília Multisport, valerá a regra do Numero Eterno. Esses atletas correrão com o mesmo número de peito que na primeira etapa, e isso será eterno. A partir deste ano, todos os numerais serão compostos por três dígitos, e terão números de dois dígitos, apenas, os pioneiros do multisport no cerrado brasiliense.
E concluindo o processo de desmistificação da capital do país, atletas e mídia são convidados para uma visita ao Congresso Nacional, no domingo (19). Queremos combater a imagem de corrupção que a cidade tem. A ideia é passar uma imagem positiva de Brasília, vamos à Câmara dos Deputados, que é a casa do povo, sentaremos nas cadeiras dos políticos, e queremos que todos tenham consciência de sua responsabilidade de cobrar seus eleitos sobre suas promessas, disse Alexandre.
Grande incentivador da modalidade, Alexandre Carrijo vê sua prova como o início do desenvolvimento do multisport no Brasil. Ele afirma que a vinda dos neozelandeses à competição, e do organizador do Coast to Coast é um marco no desenvolvimento do esporte.
A canoagem ainda é o limitante do desenvolvimento do multisport, porque muitos atletas ainda não têm treinamentos intensos em embarcações mais técnicas. É preciso crescer nessa modalidade para que o multisport cresça no Brasil, opinou.
Na semana que antecede a prova, o organizador levou os neozelandeses para conhecer a Chapada dos Veadeiros, nas proximidades de Brasília, para mostrar seu potencial esportivo. Eles pedalaram e fizeram uma tirolesa.
É uma alegria muito grande realizar esta segunda edição do Brasília Multisport. Queremos impactar a Chapada como destinação turística ao redor do mundo, contou Carrijo, que adiantou que em 2010, ano em que se comemora os 50 anos de Brasília, ele pretende realizar a 3ª edição da prova com uma participação de atletas internacionais massiva.
Este texto foi escrito por: Lilian El Maerrawi
Last modified: julho 15, 2009